Após seis meses de integração à JBS Frangosul, os avicultores de Passo Fundo vivem um momento diferente. Ao longo de três anos eles enfrentaram os piores momentos da crise da Doux Frangosul no Estado. Muitos viram as aves alojadas morrerem ou atacarem umas às outras devido à falta de alimento. Hoje, com os pagamentos em dia eles voltam a acreditar na atividade que sempre foi vista como uma boa alternativa para as pequenas propriedades rurais. Os pagamentos em dia e o recebimento de animais saudáveis começam a fazer com que os produtores recuperem o otimismo.
O integrado Edemir Rosso foi um dos que passou por todos os momentos difíceis do setor. Os lotes entregues com pagamentos atrasados em meses, a falta da entrega de alimento de qualidade para as aves, as perdas em decorrência da conversão da ração em peso dos animais. Após receber todos os lotes atrasados da Doux Frangosul dentro dos prazos definidos pela JBS - que assumiu as plantas da francesa no Estado -, ele aloja com a nova integradora desde o mês de maio. Até agora ele entregou três lotes que foram pagos em 28 dias. O produtor conta ainda que a empresa já manifestou o interesse em diminuir esse tempo para o pagamento.
De acordo com ele, as aves recebidas para alojamento apresentam boa saúde e a ração também é de qualidade o que favorece a conversão do alimento em peso. “Fizemos lote com conversão que nunca tínhamos feito. Antes precisava de mais de dois quilos de ração para fazer um quilo de frango e hoje a situação é diferente. A assistência técnica e o relacionamento do criador com a empresa melhorou”, acrescenta.
Modificações
Rosso lembra ainda que uma nova normativa para os criadores exige o fechamento dos aviários com telas e muros. Ele destaca que a empresa já se dispôs a colaborar com os criadores que não tenham condições de fazer essas adequações.
Sobre o preço pago, o criador destaca que o maior ganho se dá pela boa conversão. No entanto não há reajuste há pelo menos dois anos. Há a expectativa de que em 2013 esses valores sejam readequados. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Alberi Ceolin o aumento do valor nesse momento é dificultado em função do alto valor da soja e do milho, utilizados na ração, que não tem sido acompanhado pela carne de frango.