A pesquisa inédita, encomendada pelo Governo do Rio Grande do Sul à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), irá estimar a proporção de casos de infecção pelo coronavírus no Estado, incluindo pessoas sem sintomas, conhecer a evolução (velocidade) de propagação do coronavírus e auxiliar na elaboração de estratégias de saúde pública para o enfrentamento da pandemia. O Rio Grande do Sul vai ser pioneiro em obter dados de prevalência da Covid-19. Até o momento, não se tem ideia do real grau de circulação do vírus, quantas pessoas foram infectadas.
Os resultados serão divulgados por integrantes da coordenação da pesquisa e do Governo do RS em aproximadamente 48 horas após a finalização de cada rodada do inquérito populacional. A previsão é que a divulgação seja realizada na próxima quarta-feira (15). A partir do estudo, será possível conduzir estratégias de enfrentamento e prevenção da disseminação da doença.
O primeiro levantamento, de uma série de quatro inquéritos populacionais, ocorreu no final de semana em nove cidades do RS de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz, Uruguaiana, Passo Fundo, Ijuí, Caxias, Canoas e Porto Alegre. As próximas etapas serão realizadas em intervalos de quinze dias, com inícios previstos para 25 de abril, 9 de maio e 23 de maio. A coleta de dados em Passo Fundo é liderada por três instituições: Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade Federal da Fronteira Sul (Uffs) e a Faculdade Meridional (Imed).
No final de semana, agentes da pesquisa visitaram 4,5 mil domicílios escolhidos aleatoriamente por sorteio – 500 em cada uma das cidades – para a realização de testes rápidos para o coronavírus na população. O teste, de fácil aplicação, utilizou uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos. Enquanto o resultado é processado, os entrevistadores aplicaram um breve questionário sobre informações sociodemográficas básicas, sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, busca por assistência médica e rotina da família em relação às medidas de prevenção e isolamento social.
O teste rápido detectou a presença de anticorpos, as imunoglobulinas IgM e IgG, que são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a dez dias da data de contágio pelo vírus. Dentro desse período, o resultado pode apontar negativo, mesmo que a pessoa tenha contraído o coronavírus. Em caso de resultado positivo, os participantes receberam um informativo com orientações e, em seguida, serão contatados pela secretaria de saúde local.
O estudo, coordenado pela UFPel, conta com o apoio do Ministério da Saúde e a parceria de outras instituições de ensino superior pública e privadas no RS. O estudo é financiado pela Unimed Porto Alegre, Instituto Cultural Floresta, também da capital, e Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados serão divulgados “em tempo real” por integrantes da coordenação do estudo e do Governo do RS em aproximadamente 48 horas após a finalização de cada rodada do inquérito populacional.