OPINIÃO

Teclando 15/04/2020

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· 2 min de leitura
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Censores sem senso

Nunca é demais lembrar que toda censura é burra. Censurar ideias é uma castração da liberdade de pensamento. Censurar a arte, então, é ocultar fragmentos culturais que representam a obra do nosso tempo. Quem viveu sob uma censura sabe muito bem o que ela representa. A censura é o escudo utilizado pela covardia da ignorância para fugir da troca de ideias. Ora, isso é a absoluta falta de argumentos. No Brasil não existe mais uma censura explícita, acabaram os censores com crachá e tesoura na mão. Mas o cerceamento ainda acontece e em todos os níveis. É uma espécie de controle aplicado por alguns de passagem pela vida pública. Ou pela privada. Fazem isso para se proteger ou seria apenas para não perderem o velho hábito? A internet transformou o mundo numa grande redação, abrindo espaço para todos os pensamentos. Ora, então todos escrevem aquilo que pensam. Isso é excelente, pois permite a difusão de ideias e a troca de conhecimentos.

Mas, na prática, sabemos que não é bem assim que funciona. Existe um grupo de pessoas que posta pouco ou quase nada nas redes sociais. No entanto, adoram patrulhar as publicações daqueles cujos pensamentos não são os mesmos que os seus. Isso é feito através de comentários, que surgem às pencas criticando e contrariando aquilo que alguém postou. Isso é uma forma de censura. Sim, são censores sistemáticos em ação. O triste é que escrevem abobrinhas sem folhas nem raízes. Escrevem em tom de uma suposta superioridade. Adoram rotular as pessoas, ameaçam e utilizam as mais absurdas mentiras. Isso, claro, fazendo vistas grossas para as lambanças com a última flor do Lácio. Eles pouco publicam, mas censuram muito. Ora, aqueles que não têm como argumentar, permaneçam calados. Mas não queiram calar aos outros. Quando temos mais censores do que ideias, acaba a liberdade de expressão. Respeitem o livre-arbítrio para não esfacelar com a sociedade.


Estatística

A Covid-19 é uma doença nova e, portanto, pouco conhecida. Mas já temos algumas informações que podem ser utilizadas. Aliás, devem ser bem utilizadas e jamais desprezadas. A arma disponível é a estatística. A estatística não serve apenas para reunir informações, ordenar números e elaborar tabelas e gráficos bonitinhos. A estatística é uma forma científica de conhecer o passado para compreender o presente e construir o futuro. Já no século XVIII, o pensador irlandês Edmund Burke escreveu que “o povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la”. Fique em casa!


Perigo

Há quase um mês, havia menos pessoas nas ruas de Passo Fundo. Poucos carros circulavam e tínhamos um considerável isolamento social. Era um promissor indicativo no enfrentamento do vírus que circula entre nós. Porém, aos poucos houve um afrouxamento. Vejo muitos carros para lá e para cá, gente passeando, caminhando, correndo ou circulando de bicicleta como se nada houvesse. Observo pais entrando com filhos nos caixas eletrônicos. Outros cospem na calçada com a maior naturalidade. Além de inconsequentes, agem como criminosos. Ora, com essa péssima conduta, estão atuando como agentes transportadores e disseminadores do vírus do qual a vítima posso ser eu. Ou você!


Reconhecimento

Quem está em quarentena conta com o suporte daqueles que permanecem trabalhando: saúde, segurança, transporte público, supermercados, farmácias e restaurantes com tele entregas. Esses estão se arriscando por nós.


Vácuo da quarentena

É bom não confundir Terra plana com terra arrasada.


Trilha sonora

De Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, gravada em 1975 por Clara Nunes: Juízo Final.


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