O atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra se manifestou nesta sexta-feira (8) sobre a interdição do frigorífico da JBS em Passo Fundo.
A interdição cautelar foi determinada pela prefeitura na quinta-feira (7) pelo período de 15 dias. A unidade já estava interditada por determinação da Gerência Regional do Trabalho, desde o dia 24 de abril, em razão de o frigorífico ter se tornado um foco de coronavírus com 19 trabalhadores testados positivos para a doença. Posteriormente, esse número chegou a 48. Até o momento, quatro familiares de funcionários morreram contaminados pela Covid-19. Nesta semana, a direção obteve autorização da Justiça para reabertura, que ocorreria no sábado (9).
“Recebemos com muita preocupação a informação sobre a interdição da planta da JBS de Passo Fundo. O setor tem se mobilizado e, antes mesmo da adoção da quarentena nos estados, as indústrias brasileiras haviam adotado todas as medidas de prevenção à Covid-19 – diferente do que foi visto em outras nações. E não foi diferente com as unidades gaúchas. A indústrias do Rio Grande do Sul seguem rigorosamente as leis brasileiras, em especial as recomendações dos ministérios da Saúde, da Agricultura e da Economia. Há, ainda, protocolos internos nas empresas, regidos sob as orientações de epidemiologistas. A saúde dos colaboradores é a nossa principal preocupação”, analisou Turra.
Ex-ministro da Agricultura, ex-deputado federal, ex-prefeito de Marau, Turra disse que os setores das fábricas são constantemente higienizados, além do controle de monitoramento do estado de saúde e do distanciamento entre os colaboradores. É importante, inclusive, dizer: diversos órgãos internacionais reconhecem os frigoríficos como ambientes diferenciados, cujo a rotina de higiene previne a transmissão de enfermidades. Hoje, posso garantir: temos um dos melhores protocolos de sanidade do planeta
O presidente da ABPA alega que a paralisação da produção alimentar traz riscos de inflação e desabastecimento. Justificou que o fechado de unidades podem significar a ausência de produtos nos supermercados, além da possibilidade de provocar riscos ambientais.
“Uma agroindústria processa milhares de frangos e suínos todos os dias. Em Passo Fundo, por exemplo, 320 mil aves são abatidas diariamente. Com as atividades paradas por um período longo, o único destino possível para estes animais não abatidos é o aterro sanitário. Isso pode gerar impacto ambiental, além do desperdício de alimentos em um momento de crise crescente”. Ele defende a abertura dos frigoríficos de Passo Fundo e Lajeado e diz que a segurança alimentar está em jogo. “Produzir alimentos é uma missão, um direito e um dever a ser preservado pelos diversos entes públicos”, defendeu.