OPINIÃO

Ataque mórbido a Palmares

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Os reiterados ataques verbais do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, são reflexos sórdidos de uma campanha de dilapidação das sagradas instituições brasileiras. Precisamos controlar a ira justa em relação ao personagem nefasto apresentado no cenário das políticas de governo. Ao vê-lo destilando impropérios não desperdiçaria o tempo e espaço, senão para imaginar que sua postura decorre de caráter deformado. Do seu expresso preconceito em relação à instituição Palmares e ao épico simbolismo atribuído a Zumbi, repudiamos o vurmo moral. Ao praticar afrontas, ocupando cargo de confiança do governo, parece bem mais um títere posto para corromper o sentido etiológico da causa resgatada pela fraternidade negra. A luta dos brasileiros descendentes de africanos é marcada por episódios cívicos de inatacável aspiração de liberdade e justiça. Em vez de enaltecer por orientação de política social e libertadora, vemos a deplorável campanha que degenera os princípios mínimos do respeito. O que nos aflige é o direcionamento ordenado a um servidor, pago com o dinheiro público, para desconstituir conquistas construídas com sangue e suor. Acontece que o sentido igualitário defendido pela causa da negritude é barreira para o despotismo e autocracia. Ao disparar a ofensa de que o movimento negro “é escória maldita”, o agente oficial pratica ato de blasfêmia contra a humanidade e os céus. Sua atitude representa a tentativa de vulgarização do sagrado na luta igualitária, como forma de raízes intocáveis e sublimes da humanidade. O objeto é enfraquecer fundamentos da democracia para instalar governo autocrático. O desrespeito recorra à escumalha do pensamento.

A violência

Por certo o movimento contra o racismo, nas suas mais diferentes formas apresenta-se envolvido num questionamento de consciência. Isso é bom, principalmente com a novidade: a adesão crescente da juventude. Por isso é preciso calma, como recomendou o Papa. Sem se omitir o Pontífice é incisivo ao alertar para a igualdade racial. E sem violência!

Disfarçada

Vemos muito no cotidiano a discriminação pela metade. Ou à meia boca! Com meias palavras ou meias atitudes. A propósito, o poeta a jornalista Jose Hernandez, há mais de um século (1872) advertia num de seus versos célebres: “Cuentan que de mi color/ Dios hizo al hombre primero;/ mas los blancos altaneros,/los mesmos que lo convidan,/ asta de nombrarlo olvidan/y solo le llaman negro”. A relação entre pessoas deve ser parelha, já que todos têm nome.

Morte de Floyd

As ruas de Londres também são ocupadas com protestos contra o racismo. A morte do norte-americano George Floyd, acendeu a chama da revoltante discriminação racial no mundo. Em meio à tensão pelo Covid-19, logicamente poderão advir conseqüências imprevisíveis. Em todos os movimentos de rua há infiltrados. O principal objeto, revolta contra racismo, merece reconhecimento.

Toma-lá...

Está ficando estranho ver a oposição criticar os pactos circunstanciais de Bolsonaro, envolvendo partidos do centrão. Não tem nada que patrulhar. A promessa de mudar para uma nova política, sabemos, foi meramente eleitoral. Nada de patrulhamento. Deixa rolar! Depois, mudou muito. Radical. Não é mais toma-lá-dá-cá. Agora é diferente: toma-cá-dá-lá! Viu? É diferente.

Agropecuária

Tem gente no próprio governo que detesta os disparates dos maluquinhos bolsonaristas brigando com a China. No momento o Brasil precisa concentrar esforços na exportação de alimentos. A China é nosso maior parceiro. Numa hora dessas é burrice ficar cutucando chinês.

Criança

É terrível a realidade sobre exploração sexual do menor no Brasil. Também as demais violações deixam o país em péssima situação. Violência contra a criança no ambiente familiar; aí temos um dos piores índices do planeta. Uma prática terrível é a exploração do menor para atender fins lucrativos, principalmente entre famílias de dependentes ou traficantes de drogas.

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