A Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria de Educação, criou uma Comissão de Retorno às Aulas com Subcomissões de Trabalho para pensar no início do processo de retorno para atividades presenciais e remotas. Formada por diferentes segmentos que atuam na comunidade escolar do município, a comissão realizou uma primeira reunião na última semana, a fim de estudar a possibilidade de retomada das aulas na rede municipal. “A comissão foi criada para dar segurança, tranquilidade e preparo para ações necessárias de retorno dos alunos e professores”, explicou o secretário de Educação, Edemilson Brandão.
Diferente do que está previsto no calendário divulgado pelo governador Eduardo Leite – que estabeleceu a retomada das aulas em todos os níveis da rede estadual, de forma remota, a partir deste mês –, a Prefeitura de Passo Fundo decidiu antecipar as férias escolares dos meses de julho e dezembro na rede municipal. O recesso, com duração de 15 dias, passou a contar no dia 5 de junho e segue até o dia 20 do mesmo mês. A decisão é em decorrência da pandemia do coronavírus, como medida de segurança e prevenção. “Seguimos também o modelo que diversos municípios estão adotando, além do Estado, de antecipar o recesso. Com isso, poderemos retornar, assim que possível, com mais segurança e qualidade no serviço ofertado aos alunos”, destacou o secretário.
Embora o recesso termine no dia 20 de junho, o calendário escolar ainda não tem uma data efetiva de volta às aulas. Portanto, não está claro se após essa data a rede municipal voltará a ministrar as aulas – seja no modelo presencial, à distância ou híbrido – ou se as instituições continuarão disponibilizando atividades de maneira autônoma, através das redes sociais, apenas para manter o vínculo com pais e alunos, sem caráter EAD.
De acordo com o secretário de Educação, a pasta continua estudando cenários de retomada em meio à pandemia, sempre levando em consideração as inúmeras realidades encontradas em Passo Fundo. Conforme ele reitera, embora os professores municipais sejam capacitados para utilizar a plataforma do Google for Education, adotada na rede estadual, nem todas as crianças têm acesso à internet. “Nós precisamos pensar em todos e encontrar maneiras de chegar, com equidade, aos alunos que não conseguem fazer o acesso remoto”.
A Comissão de Retorno às Aulas está dividida em três subcomissões:
1. Subcomissão de regulamentação das atividades à distância e de recuperação das aulas
• Estabelecer padrões de oferta das atividades à distância aos alunos da rede municipal de ensino;
• Elaborar calendário de recuperação de aulas e propor medidas para retomada do ano letivo, levando em consideração os diversos cenários previstos;
• O Conselho Municipal de Educação regulamentará as normas que serão editadas pelos órgãos superiores de educação, para orientar a elaboração do calendário escolar.
2. Subcomissão de formação de professores
• Examinar proposta de formação EAD de professores, visando capacitá-los aos processos de ensino e aprendizagem de forma remota.
3. Subcomissão de medidas sanitárias
• Elaborar protocolo de higienização das instalações escolares e medidas sanitárias de retorno às aulas, em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária, para orientar as equipes de limpeza, professores, funcionários e alunos.
Estado começa segunda etapa de implantação do ensino remoto
Na rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, a segunda etapa de implantação das aulas remotas teve início nessa segunda-feira (8). A fase é centrada na promoção de capacitações em Letramento Digital, com o propósito de fornecer aos educadores o conhecimento necessário para a preparação de aulas na forma não presencial. Os conhecimentos digitais dos alunos também serão avaliados nessa etapa, a fim de que seja possível compreender o nível de entendimento sobre a plataforma de ensino. A partir do resultado dessa avaliação, será possível reforçar aspectos que não estejam claros aos estudantes, para que, em seguida, possam iniciar as lições.
A segunda etapa acontece de forma paralela com a primeira, que começou no dia 1º de junho e segue até este sábado (13). Chamada de Ambientação Digital, a fase envolve as etapas de inserção dos professores e alunos na plataforma Google Classroom, fornecendo as informações de acesso para todos, além do processo de aprendizado sobre a utilização dos recursos disponíveis na plataforma. De acordo com o governador Eduardo Leite, a primeira quinzena de retomada escolar serve como um momento de adaptação. A fase será analisada, neste fim de semana, a fim de discutir as maiores dificuldades encontradas no acesso à plataforma e como o uso da tecnologia está se desenvolvendo. O chefe do Executivo afirmou também, em transmissão ao vivo na tarde de ontem, que o Estado está estudando, a partir de dados e protocolos, se há condições de retomar as atividades escolares de forma presencial, mesmo que parcialmente, ainda em julho. A decisão deve ser anunciada na segunda-feira (15).
O calendário de retomada das atividades de ensino na rede estadual prevê ainda que, a partir do dia 29 de junho, iniciem-se as aulas que utilizam a Matriz de Referência, definida por componente curricular de cada ano. Ela será norteadora das aprendizagens para esse novo modelo híbrido (presencial e não presencial). A ideia da Secretaria Estadual de Educação é que, a partir deste período, para atender alunos que não têm computador ou aparelho celular, as escolas funcionem em regime de plantão com agendamento, respeitando todos os protocolos de saúde, para que eles possam utilizar a estrutura da instituição. Nos casos de alunos que não tenham nenhuma possibilidade de acesso digital, as coordenadorias e as escolas devem fazer a entrega de conteúdo diretamente na casa dos estudantes.