É 12 de junho. É o Dia dos Namorados. Ou melhor, a noite é dos namorados e dos restaurantes. Se o maior movimento no almoço é no Dia das Mães, o jantar do ano é o dos namorados. Mas chegou a pandemia e tudo mudou. Quase tudo, pois a criatividade une-se à paixão para manter uma antiga tradição. As novas exigências para evitar a contaminação pela Coovid-19 devem ser respeitadas. Porém, isso não enfraquece o amor. Até porque os protocolos de distanciamento entre as mesas ampliam a privacidade. Os cardápios e os serviços também sofreram adaptações. Empratados ou delivery não alteram o clima. Luz de velas, um bom jantar, brindes, presentes, troca de olhares e suspiros que vêm desde o Império Romano. É comemorado na maioria dos países em 14 de fevereiro, data de São Valentim. No Brasil, o 12 de junho foi instituído em 1949, após uma campanha da Agência Standard Propaganda com o slogan "Não é só de beijos que se prova o amor". E o namoro nunca mais acabou.
A noite dos restaurantes
Na Casa do Bosque, em Passo Fundo, as reservas para a noite dos namorados estão esgotadas. Claro, com considerável redução da disponibilidade em relação aos anos anteriores, quando eram atendidos 200 casais em dois horários. “Este ano serão 50 casais, 25 por horário, 20 e 22 horas”, explica o chef Ricardo Porto Menta. “É a noite dos restaurantes e a procura é grande”. Atendendo às exigências, o acesso foi dividido para evitar o contato entre os casais. “Todo staff trabalhará com máscaras descartáveis, luvas e face shield (proteção acrílica). O serviço será com empratados cobertos por cloche (tampa inox)”. Ricardo destaca que em anos anteriores trabalhava com ilhas distribuídas pelo salão. Agora as opções diminuíram, mas mantém o conhecido toque da casa. “Teremos entradas de brie com mel e pimentas, torta de tapenade de bacalhau, risoto de roquefort, figos turcos e opção de proteína de carne de gado ou peixe”, detalhou. E o clima não muda, pois a paixão estará no ar com decoração especial e, ainda, um painel com mensagens dos namorados.
Do Boka ao Panorâmico
No Boka, uma tradição passo-fundense de 48 anos, a data representa um bom movimento, porém sem nada alusivo. “A gente recebe os casais, mas sem nada diferente. Nunca fizemos algo especial para a data, ainda mais agora nesta época”, conta Eduardo Otto Wentz, o conhecido ‘Edu do Boka’. A casa, no centro da cidade, tem capacidade para receber 540 pessoas, de acordo com os laudos técnicos dos Bombeiros. “Agora estamos trabalhando com 120, 150 pessoas no máximo”. Mas e o Dia dos Namorados? “Tudo depende da coragem dos namorados saírem de casa. A expectativa é boa e estaremos aqui para recebê-los”, concluiu. No outro lado da cidade, o Grill Hall Panorâmico terá um serviço bem diferente dos anos anteriores. O consagrado espeto-corrido da casa deu lugar ao atendimento à la carte. “Teremos nas mesas um trio de carnes, com picanha, assado de tiras e entrecot. Acompanhamentos como risotos, saladas verdes, caprese ou ceasar”, informa Melchior Di Domênico. A noite dos namorados é o segundo maior movimento ano. “O maior movimento é o almoço das mães”. Se em anos anteriores eram atendidos de 100 a 120 casais, nesta pandemia a expectativa é de 30 casais. “O faturamento deve ficar no máximo em 50% comparado aos anos anteriores”, concluiu Melchior.
Churrascaria: mais espaço, mas sem espeto - Foto – Divulgação – Grupo Grill Hall
Delivery
Quem optar pelo aconchego do lar terá o suporte da entrega. O tradicional Buffet Lisete Biazi enviará desde o Clube Comercial o jantar dos namorados. É o delivery box. “Estamos seguindo a tendência das caixas, com duas opções. Conchiglione de salmão ou filé roquefort e cebola caramelizadas”, antecipou Lisete. Saladas e outros acompanhamentos também seguem na caixa, com vinho ou espumante.
Box: caixinha com serviço completo - Foto – Lisete Biazi-Especial/ON
Antes, o jantar dos namorados era um evento importante do Comercial. “Sempre com casa cheia, muito concorrido e com mais de 100 casais. Era para permanecer e dançar depois do jantar”. Mas, segundo Lisete, o kit deste ano foi planejado para receber e aquecer no forno em casa. “Fica como se fosse feito na hora”. E, não importa a hora, local ou cardápio. A vida dos apaixonados também navega nas ondas da pandemia.