Aos poucos, a malha aérea vem sendo ampliada no Brasil. A retomada é gradual e também contempla Passo Fundo. A primeira empresa que voltará a operar no Aeroporto Lauro Kortz é a Gol, com três voos semanais para São Paulo a partir de 1º de julho. Já a Azul tem, inicialmente, previsão de retorno com dois voos diários a partir de 1º de agosto, ligando Passo Fundo ao Aeroporto de Viracopos em Campinas. Com a pandemia do novo coronavírus, a empresa paralisou as operações no Lauro Kortz em 23 de março. Mesmo com reservas e compra de bilhetes em aberto no seu site, a empresa mantém restrições para o retorno a Passo Fundo. A preocupação é com a indefinição relacionada às possíveis obras no aeroporto o que, certamente, determinaria um período de fechamento da pista.
Adequações para planejar
Na terça-feira (16) a Azul divulgou uma nota à imprensa sob o título “Azul aguarda adequações no aeroporto para planejar retorno de voos em Passo Fundo”. A indefinição em relação às obras poderia inviabilizar uma retomada operacional. “Estamos recuperando mês a mês a nossa malha, voltando a voar para diversas cidades e cumprindo todos os protocolos de higiene e medidas sanitárias. Em Passo Fundo, as condições da pista estão no limite do aceitável para atender padrões mínimos de segurança, motivo pelo qual o Governo Estadual se comprometeu com uma reforma completa. Seria ideal que ela fosse iniciada imediatamente, aproveitando a baixa de demanda devido à pandemia, para que possamos voltar a operar tão logo essa obra termine. Não é viável para nós voltar a oferecer nossos serviços e pouco depois suspendê-los para a reforma da pista”, afirma Marcelo Bento Ribeiro, diretor de Relações Institucionais da Azul. De acordo com a assessoria da empresa, se as operações não forem retomadas quem adquirir passagens será reembolsado.
É difícil planejar
O Secretário de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo, Carlos Eduardo Lopes da Silva, entende o posicionamento da empresa que, agora, lança dúvidas sobre o seu retorno. “É difícil planejar, montar toda uma malha aérea sem saber quando a pista será fechada”, disse em relação ao fechamento do aeroporto quando as obras estiverem na pista. Isso gera uma insegurança na malha da empresa. “A consecução de tempo, a garantia de execução das operações acaba penalizando uma cidade”, avaliou. Essa preocupação pela área operacional da empresa Cadu considera normal. “Aguardamos pelo Estado para dar início às obras, nos dando a oportunidade de planejar todas as atividades”.
Sem obras agendadas
Sobre as condições operacionais do Lauro Kortz, sabe-se que a pista passa pelas inspeções diárias do pessoal especializado. “Os relatórios de pista são semanais e enviados normalmente ao DAP, Departamento Aeroportuário”, explicou a administradora do Aeroporto, Clarice Beffart. Ela entrou em contato com o Rômulo Medeiros Saraiva, chefe da Divisão Administrativa de Aeroportos, e obteve a informação de que nenhuma obra está agendada para o aeroporto de Passo Fundo. “Também não há nenhuma ordem de serviço na Secretaria de Aviação Civil”, completou. Sobre pequenos reparos, como fissuras na pista, Clarice explicou que essas intervenções rotineiras são realizadas habitualmente. A administradora também informou que, desde a interrupção dos serviços, nenhum funcionário da Azul esteve no local para verificar as condições do aeroporto.
A retomada gradual
Em 1º de julho a Gol reinicia seus voos em Passo Fundo com três frequências semanais. O voo sai de Guarulhos às 08h35 e chega a Passo Fundo às 10h10. Na volta decola do Lauro Kortz às 11 horas para pousar às 12h40 em Guarulhos. As vendas de bilhetes da Azul disponibilizam dois voos diários a partir de 1º de agostos. Sai às 9h25 de Viracopos e pousa em Passo Fundo às 11 horas, retornando a Campinas às 11h35 para pouso às 13 horas. A outra frequência diária prevê decolagem em Viracopos às 14 horas e chegada às 15h35, retornando às 16h15 para finalizar às 17h40.