Busca por assistência social cresce 60% em Passo Fundo

Efeitos locais da pandemia expõe insegurança alimentar entre a população mais vulnerável

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A quantidade de pacotes de alimentos não perecíveis que, um a um, são depositados em bolsas que formam uma cesta básica mensal é proporcional à busca pelos mantimentos. Os efeitos locais da pandemia de coronavírus não apenas restringiu serviços, para efeito de contenção dos contágios, como aumentou a busca por assistência social no município de Passo Fundo e expôs a insegurança alimentar vivida por famílias em situação de vulnerabilidade. 

Antes mesmo do governo federal anunciar as primeiras medidas para diminuir os impactos socioeconômicos, como a liberação das parcelas do auxílio emergencial, a Secretaria Municipal de Assistência Social registrou um aumento de cerca de 60% na busca pelos serviços de competência da pasta, se comparado aos meses regulares quando o vírus ainda não estava circulando de forma comunitária. Conforme explicou a secretária titular do órgão assistencial, Elenir Chapuis, a garantia ao direito à alimentação representa a maior demanda da secretaria no município, nesse período. “O auxílio é eventual, mas como o contexto da pandemia ele foi potencializado”, disse. 

Das 170 toneladas de mantimentos arrecadados até o mês de junho, 8,5 mil kits de alimentação básica já chegaram aos lares passo-fundenses nas zonas economicamente mais vulneráveis. Isso representa mais da metade das famílias assistidas pelo Cadastro Único na cidade e um investimento triplicado de verbas públicas para assegurar a integralização do benefício alimentício. Em quatro Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), quase 30 mil pessoas estão inscritas no programa, que avalia a necessidade de cada uma das 16 mil famílias, segundo ponderou Elenir. “É o canal oficial para auxiliar as famílias. Temos que mencionar, também, a solidariedade da população que contribui com doações”, enfatizou a secretária. “A assistência social busca também a contrapartida do usuário para que ele consiga superar um momento de vulnerabilidade”, prosseguiu. 

Todo o material de alimentação e higiene pessoal que não provêm das contribuições espontâneas dos moradores, foram comprados pelo Poder Público Municipal. Isso, de acordo com Elenir, representou um movimento de antecipação do órgão governamental para assegurar a assistência aos munícipes, sejam eles nativos ou imigrantes. 

Assim como a arrecadação alimentar, a secretária mencionou que houve uma crescente busca pela inserção de novos cadastros no CadÚnico. O que está valendo para os funcionários públicos direcionarem as doações, porém, são os inscritos até o mês de março devido à suspensão das atualizações cadastrais e inserções de novos nomes no sistema a nível nacional. 

Campanhas convergentes

 Às sextas-feiras, “para garantir a segurança dos moradores solidários”, como afirmou Elenir, a Secretaria de Assistência Social recebe donativos de inverno com a Campanha do Agasalho. Entre as peças de roupa e cobertores, os itens também serão enviados às famílias vulneráveis. “Uma preocupação, além disso, é com as pessoas em situação de rua. Desde o começo, mutirões são realizados para orientá-los, distribuir álcool gel e máscaras”, mencionou ela ao lembrar sobre os dois centros de referência em acolhimento a esse grupo específico. 

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