UPF lidera parcela brasileira de projeto internacional sobre mudanças climáticas

Impulsionado pela University College of London, o projeto envolve a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Pará e conta com recurso aprovado de 1,8 milhão de reais

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Foto: Caroline SimorFoto: Caroline Simor
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A Universidade de Passo Fundo (UPF) foi convidada a liderar o projeto “Transformando Universidades para as Mudanças Climáticas”, da University College of London, do Reino Unido. A aproximação com a iniciativa ocorreu por meio do trabalho da professora Dra. Luciana Brandli, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng).

 Com um recurso aprovado de 1,8 milhão de reais, o projeto vem sendo alinhado desde o ano passado. De acordo com a professora Luciana, o objetivo geral é investigar como a contribuição das universidades pode ser maximizada para que a sociedade esteja cada vez mais capacitada a enfrentar os desafios de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Ela lembra que a ideia é também investigar o papel da educação no alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A abordagem dessas questões é realizada levando em conta o contexto dos sistemas de ensino superior em quatro países: Brasil, Fiji, Quênia e Moçambique. “Esses países integram o projeto por apresentarem diferentes contextos sociais, educacionais e geográficos possibilitando uma comparação das formas como os seus sistemas de ensino superior interagem com os desafios climáticos”, explica.

 Lideradas pela Universidade de Passo Fundo, as equipes brasileiras irão realizar pesquisas para compreender como as instituições estão contribuindo para o debate sobre mudanças climáticas e como estão incluindo o tema em seus currículos, estudos e no envolvimento com a comunidade em que estão inseridas. Após esse levantamento, será feito um estudo, por meio de capacitações e interações com a comunidade, prevendo ações pilotos que ainda serão definidas.

 O  vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Dr. Antônio Thomé destaca a importância do projeto. “Vemos como uma oportunidade e queremos ampliar esse projeto, valorizando essas conquistas feitas pelos nossos pesquisadores”, pontuou.

 União de esforços para uma mudança mundial

A professora Luciana destaca que, desde a publicação do primeiro relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas,) em 1990, toda a comunidade internacional vem sendo alertada sobre os possíveis efeitos colaterais do aumento da temperatura média do planeta Terra. Ela pontua que as mudanças climáticas e seus impactos já são vivenciados por muitas nações em diferentes contextos, em especial nos países em desenvolvimento.

 Neste sentido, de acordo com a pesquisadora, além das estratégias de redução, que combatem as fontes das mudanças climáticas e das estratégias de adaptação, que preparam as comunidades para seus impactos, a abordagem das mudanças climáticas por meio da educação é uma resposta fundamental. “As universidades, como centros de referência para a educação, se tornam importantes aliadas quando promovem a chamada alfabetização climática, capacitando a comunidade acadêmica por meio do ensino, da pesquisa e da extensão e reconhecendo seus acadêmicos como futuros tomadores de decisão”, frisa.

 

O projeto

Custeado pelo ESRC Funding, órgão britânico de suporte à pesquisa, o projeto iniciou suas atividades em fevereiro de 2020 e tem um período de aplicação de três anos. A University College of London (UCL) do Reino Unido é a propulsora do projeto, tendo o professor Dr. Tristan McCowan como investidor principal. Além da UCL, integram o projeto a UPF, no Brasil; Kenyatta University, no Quênia; Eduardo Mondlane University, de Moçambique; University of South Pacific, nas Ilhas Fiji. A Instituição é a universidade brasileira vinculada ao projeto e a professora Dra. Luciana atua como co-investidora brasileira e responsável pelo desenvolvimento e aplicação do projeto Brasil. Completam a equipe brasileira alunas e mestrandas do PPGEng. A equipe também terá função de realizar pesquisas e aplicar o projeto em outras duas universidades brasileiras: a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).

 

É possível conhecer mais sobre o projeto no site.

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