ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Partidos ainda estudam coligações para composição das chapas majoritárias

Até o momento, sete pré-candidaturas vêm sendo discutidas para disputar a Prefeitura de Passo Fundo

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Aprovado pelo Senado na última terça-feira (23), o possível adiamento do primeiro turno das eleições municipais em razão da pandemia do novo coronavírus, de 4 de outubro para o dia 15 de novembro, pode dar aos partidos maior tempo para definição das candidaturas. Isto porque, caso a PEC nº 18/2020 também seja aprovada pelo Congresso Nacional, todos os principais prazos do calendário eleitoral devem ser adiados em 42 dias. Assim, as convenções internas dos partidos para escolha de seus candidatos devem ser transferidas de 20 de julho a 5 de agosto para 31 de agosto a 16 de setembro, enquanto o prazo de registro das candidaturas passa de 14 de agosto para 26 de setembro. Em Passo Fundo, onde os nomes para a disputa pela Prefeitura ainda estão sendo discutidos, as novas datas dão maior fôlego aos partidos que ainda estudam alianças governistas.

Embora as eleições municipais tenham começado a ganhar forma, ainda há indefinições em pelo menos quatro das sete possíveis pré-candidaturas ao Executivo passo-fundense. Até o momento, o cargo de vice-prefeito permanece em aberto nas chapas encabeçadas por Lucas Cidade (PSDB), Juliano Roso (PCdoB), Rodinei Candeia (PSL) e Valdair Gomes de Almeida (PL). Por outro lado, as chapas que vêm sendo apontadas como alianças consolidadas incluem Márcio Patussi, candidato a vice-prefeito pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), com Marcos Susin como vice-prefeito pelo Progressistas (PP); Pedro Almeida, candidato a prefeito ao lado do atual vice-prefeito João Pedro Nunes, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB); e Claudio Dóro, candidato a prefeito, com João Campos como vice, ambos pelo Partido Social Cristão (PSC). As pré-candidaturas ainda precisam ser oficializadas nas convenções partidárias.

O atual prefeito do município, Luciano Azevedo (PSB), deixa o cargo após governar Passo Fundo por dois mandatos consecutivos e, por isso, não pode concorrer novamente. Azevedo ainda não revelou qual candidato indicará para sua sucessão, mas Pedro Almeida – que atuou como secretário de Gestão e de Cultura – tem sido apontado como o favorito. O candidato escolhido por Luciano Azevedo deverá contar com o apoio de uma grande aliança, que vem sendo costurada com cerca de dez partidos.


PSDB e PSL estudam coligação

O presidente estadual do PSL, deputado federal Nereu Crispim, afirmou à jornalista Zulmara Colussi que o PSL e PSDB pretendem estar coligados nas eleições municipais deste ano no maior número de cidades gaúchas. Crispim esteve em Passo Fundo, na última semana, acompanhado do deputado estadual Mateus Wesp. Os dois realizaram visitas aos órgãos de imprensa da região junto com o pré-candidato à Prefeitura de Passo Fundo, Lucas Cidade (PSDB). O pré-candidato do PSL, Rodinei Candeia, não participou da agenda, mas disse que esteve reunido com Crispim em Porto Alegre para falar sobre a possibilidade de aliança entre os dois partidos e que a situação estava “esclarecida”.

Em entrevista à reportagem de O Nacional, nessa quinta-feira (25), Candeia negou especulações de que a visita do deputado Nereu Crispim, acompanhado de Mateus Wesp e Lucas Cidade, indique a confirmação de uma aliança entre as duas siglas em Passo Fundo ou que seja um sintoma de retirada da sua candidatura. De acordo com ele, a coligação vem sendo debatida a nível estadual. “Não há nenhuma conversa firmada a nível municipal. Em Passo Fundo, estamos em negociações mais avançadas com o PL”, declarou. Candeia revelou ainda que tem cogitado alguns nomes para a vaga de vice-prefeito em sua chapa, mas que até o momento não há nada definido e que isso dependerá das coligações.

Sobre a possibilidade de concorrer como vice-prefeito em chapa encabeçada por outro político, o procurador do Estado e pré-candidato pelo PSL voltou a apresentar resposta negativa. “Não vejo a possibilidade de me candidatar como vice-prefeito. Não digo isso por vaidade. Eu me disponho como candidato a prefeito, com prejuízo pessoal e profissional, porque tenho a ideia de fazer uma coisa de bem pra cidade. Como vice não vejo, como poderia implementar o que eu pretendo”, reiterou.

Assim como Candeia, o pré-candidato pelo PSDB, Lucas Cidade, dissipa a possibilidade de compor chapa como vice-prefeito. “O projeto do PSDB é para encabeçar uma grande coligação. Não trabalhamos com o plano de ser vice”. Segundo ele, a sigla já está “fechada com dois partidos”. No entanto, ainda não se sabe qual será o nome que o ajudará a compor a candidatura. “A indefinição quanto a alteração das datas da eleição é o que está dificultando um acordo definitivo com outras siglas partidárias que estamos conversando. Em Passo Fundo é tradição firmar coligações nos últimos dias que antecedem a campanha”, pondera. 


PSL e PL sinalizam aproximação

O PL, partido apontado por Candeia como uma possível coligação para o PSL, anunciou ainda no fim do ano passado o ex-vereador Valdair Gomes de Almeida como pré-candidato à Prefeitura de Passo Fundo pela sigla. Devido à aproximação com o PSL, no entanto, Valdair não extingue a chance de compor chapa ao lado de Rodinei Candeia. De acordo com o ex-vereador, a decisão não está firmada, mas os dois partidos têm estreitado alianças. “Ainda precisamos como ficará a candidatura do Candeira pelo PSL, com essa situação do PSDB. Ele acha que consegue manter”.

Apesar de Candeia ter negado à reportagem a possibilidade de concorrer como vice, Valdair alega que, caso PSL e PL fechem a coligação, o cenário pode ser outro. “Eu gostaria de concorrer sozinho, mas se não houver apoio, não é possível. Por enquanto ainda está bem indeciso. O que estamos acertando é que, se fecharmos a coligação entre PSL e PL, daqui 30 dias, pretendemos fazer uma votação para decidir quem vai a prefeito e quem vai a vice, entre eu e Candeia”. Ainda segundo o pré-candidato do PL, apesar de a maior aproximação do partido ser com o PSL neste momento, o estreitamento também vem sendo analisado com outros partidos de direita, com atenção principal ao PSC.


PT e PCdoB devem firmar aliança

Outra chapa que permanece com a vaga de vice-prefeito em aberto é a do PCdoB, que lançou a pré-candidatura do ex-deputado Juliano Roso à Prefeitura de Passo Fundo. A principal especulação para composição da chapa majoritária é uma coligação com o Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com o presidente municipal do PT, Áureo Mesquita, os dois partidos têm dialogado de maneira constante e esperam que a aproximação “frutifique”. “Nós reconhecemos a representatividade do Juliano e não discordamos que ele possa ser o candidato nesta frente. Há uma pré-disposição a apoiarmos a candidatura dele, mas também não descartamos a possibilidade de lançar uma candidatura à vaga de prefeito. Temos três companheiros dispostos a compor chapa majoritária nestes dois cenários: o ex-vereador Adelar Aguiar, o professor Israel Kujawa e a professora e servidora estadual Valquíria Bispo”, declara. A definição está prevista para o dia 30 deste mês.


Márcio Patussi (PDT) – Prefeito
É advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo. Na Prefeitura de Passo Fundo, já foi secretário de Segurança Pública e de Cidadania e Assistência Social. Foi eleito vereador no município nos pleitos de 2012 e 2016. Também foi presidente da Câmara de Vereadores, no biênio 2015/2016. É o atual presidente do PDT municipal.
Marcos Susin (PP) – Vice-prefeito

É engenheiro agrônomo, produtor rural e foi vereador no município em duas legislaturas, em 2001 e 2005. Também atuou como secretário de Agricultura de Passo Fundo.

Pedro Almeida (PSB)  – Prefeito

É formado em Administração e atua como empresário no ramo de produção musical. Já foi Secretário de Gestão e de Cultura. 
João Pedro Nunes (MDB) – Vice-prefeito

É atual vice-prefeito de Passo Fundo e foi eleito vereador nos pleitos de 2000, 2009 e 2013. Também foi secretário da Criação e Ação Social (atual Semcas) e conselheiro municipal e estadual de Saúde.

Claudio Dóro (PSC) – Prefeito

É engenheiro agrônomo, agricultor e atuou na Emater-RS por quatro décadas. Filiou-se ao PSC no ano passado.
João Campos (PSC) – Vice-prefeito

É pastor, empresário e presidente municipal do Partido Social Cristão (PSC).

*INDEFINIDOS

Lucas Cidade (PSDB) – Prefeito

É radialista, com atuação na editoria de polícia. Atualmente trabalha como chefe de gabinete do deputado estadual Mateus Wesp.
Vice-prefeito: ?

Juliano Roso (PC do B) – Prefeito

É historiador, foi vice-prefeito na primeira gestão de Luciano Azevedo à frente do Poder Executivo Municipal e ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul entre 2015 e 2019. Também foi eleito vereador por três mandatos, nos anos de 2001, 2005 e 2009. É o atual presidente estadual do PCdoB.
Vice-prefeito: ?

Rodinei Candeia (PSL) – Prefeito

Advogado, professor universitário e procurador do Estado do Rio Grande do Sul. Também chefiou o setor jurídico da Secretaria do Desenvolvimento e do Turismo do Estado. Ingressou na vida política em 2018, quando concorreu ao cargo de deputado federal.
Vice-prefeito: ?

Valdair Gomes de Almeida (PL) – Prefeito

É empresário e foi vereador durante três mandatos. No ano de 2018, candidatou-se a deputado estadual pelo Partido da República (PR).
Vice-prefeito: ?

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