Em algum momento, durante estes quase quatro meses de pandemia da Covid-19 no Brasil, você já deve ter ouvido algum comentário de que a doença só se agrava em pacientes idosos ou com comorbidades. Sim, é certo que estes dois fatores são agravantes para a Covid, mas a doença ainda pouco conhecida e com estudos ainda em andamento também afeta outras faixas etárias e pacientes sem nenhuma doença prévia. Um exemplo é o paciente Angelo Daniel Trilha 44 anos, sem nenhuma comorbidade, praticante de atividade, que positivou para doença e viu seu quadro de saúde piorar.
Ele chegou ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo no dia 27 de maio, após ter o teste de Covid-19, confirmado no dia 19 de maio, dia de seu aniversário. “Eu mesmo sempre achei que se tivesse iam ser sintomas leves, mas não é assim. Foi muito forte e não lembro de nada depois do dia que internei. Eles tiveram que me entubar e colocar um aparelho para respirar por mim e assim, fiquei mais de 20 dias”, relata Angelo, que na quinta-feira, 25 de junho, teve alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foi para quarto, para mais alguns dias de reabilitação. “Estou fazendo exercícios de respiração, fisioterapia pois como fiquei muitos dias entubado perdi muita massa muscular então, preciso de ajuda para andar e a fisioterapia vai ajudar a recuperar a força”.
A melhora de Angelo foi comemorada pela equipe da UTI e sua gratidão com os profissionais emocionou os que estão diariamente lutando pela recuperação dos pacientes. “O pessoal da área da saúde faz tudo com muito amor. Eu acompanhei alguns casos aqui e todos se envolvem e cuidam com muito carinho. O contato de pegar na mão, passar a mão no rosto são gestos que fazem a diferença na recuperação, só tenho a agradecer a todos”, evidencia o paciente. Bruna Costella, esposa de Angelo que o aguardava do lado de fora da UTI, estava ansiosa e emocionada esperando vê-lo. Bruna também enfrentou o vírus, de uma forma mais amena, porém, estava isolada enquanto Angelo estava entubado. “Foram dias muito difíceis. Nunca imaginei que passaríamos por isso. Eu em casa doente, ele aqui no hospital, sem poder ver como ele estava, apenas com as informações via telefone. Hoje, ver ele e saber que logo vai para casa, fez com que fosse o dia mais feliz da minha vida”, relatou a esposa, que também agradeceu os profissionais. "São anjos! Queria poder abraçar todos, porque não há palavras para expressar a gratidão. Eles são fantásticos”.
Sobre a Covid-19, Angelo reforça que a prevenção é o melhor a ser feito. “O vírus é muito forte e não dá para achar que só vai ser forte para idosos, pessoas com doenças. A população precisa ter consciência de que o vírus é brutal e é preciso seguir as orientações de prevenção”. Bruna também evidencia que a família seguia e continua com as medidas e orientações dos profissionais da saúde. “As pessoas têm que se cuidar porque passar por isso é muito difícil. Graças a Deus, agora é ele se recuperar e voltarmos para casa”.
Altas revigoram energias das equipes
Até sexta-feira (26), o HSVP registrou 478 altas, um número expressivo que mostra o empenho dos profissionais e também revigora as energias e esperanças de quem está na linha de frente.