Desde abril, quando a Secretaria Municipal de Segurança Pública de Passo Fundo iniciou a força-tarefa para coibir os pontos de aglomeração na cidade, os dois canais telefônicos oficiais do órgão já receberam mais de três mil denúncias de moradores relatando junções clandestinas em diversos bairros do município.
Festas em domicílios, segundo o secretário municipal titular da pasta, João Darci Gonçalves da Rosa, representam o maior contingente das ligações para as autoridades de fiscalização. “Na semana passada, foram atendidas 50% das denúncias”, disse ele.
Com uma média diária de 40 a 45 fiscais municipais atuando nas barreiras sanitárias, conforme mencionou Darci, as aglomerações religiosas também constituem um canal excepcional de denúncia. Mesmo com o decreto estadual que flexibiliza a abertura de locais para fins religiosos, limitando a capacidade de circulação a 25% dos fiéis, a Secretaria de Segurança Pública recebeu dois chamados, em um mesmo local, por haver mais de 300 pessoas em uma celebração litúrgica.
Entre o descumprimento dos decretos por parte de estabelecimentos e pessoas, 60 imigrantes foram flagrados reunindo-se em um mesmo local, em maio. Só na última sexta-feira (26), os fiscais urbanos receberam 100 denúncias de concentração humana irregular em Passo Fundo, conforma aponta o relatório de acompanhamento periódico da Secretaria de Segurança Pública.
Reforço
Os números de ocorrência fizeram com que a pasta atuasse de forma mais intensiva ao montar 50 barreiras nas estradas de acesso ao município e vias de entrada aos bairros. Da periferia às rodovias estaduais, Darci avalia que os condutores e moradores passo-fundenses têm reagido de forma positiva, sobretudo, ao uso da máscara de proteção facial. “As pessoas estão cientes”, afirmou ele, fazendo um alerta às famílias com integrantes pertencentes ao grupo de risco para contágio do coronavírus. “As pessoas que têm um idoso no círculo familiar precisam educá-lo sobre os deslocamentos. Há lugares restritivos aos que tem mais de 65 anos e, quando abordados, alegam desconhecer os decretos”, frisou.
Do total de denúncias telefônicas ao longo de quase quatro meses de operação, os agentes averiguaram 200 locais indicados como centros massivos e de potencial risco de transmissão da covid-19. Ao lado de policiais militares e rodoviários, os fiscais urbanos contabilizam, ainda, seis casos que evoluíram para registros de boletins de ocorrência, de acordo com o secretário. Em uma das abordagens, interceptando uma festa com 150 pessoas, houve resistência no fechamento do local e insulto às autoridades policiais, assim como em uma cancha de bocha interditada pelas forças de segurança. “Eles recolheram o material e houve desacato”, disse Darci. “Quando a pessoa é autuada por estar promovendo aglomeração, é multada e precisa se dirigir à Secretaria de Finanças do Município com um prazo para recorrer. Caso não pague o valor, fica como inadimplente”, explicou o secretário.
As denúncias com relatos de pontos com concentração irregular de pessoas é realizado através do telefone (54) 3311.1195 ou encaminhada pelo WhatsApp (54) 9963-1675.