A região de Passo Fundo retornou para a bandeira vermelha no mapa prelimar do Distanciamento Controlado do estado, divulgado hoje (10). A partir da divulgação, os municípios tem 36h para apresentar recursos. O prazo se encerra às 6h de domingo (12/7). Aqueles que se enquadrarem na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso. As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira (13/7) e serão vigentes de 14 a 20 de julho.
O governo relata o agravamento na ocupação de leitos de UTI na região de Passo Fundo. Na última semana, atingiram 49 registros de hospitalizações Covid-19 – redução de 29% em relação à anterior. Porém, para os internados em leitos de UTI por SRAG e Covid-19, a situação se agravou, com a primeira passando de 43 para 50 pacientes e a segunda variando de 30 para 40 internados.
Esse aumento na ocupação de UTI afetou o número de leitos de UTI livres, que baixou de 48 para 26 unidades, contribuindo significativamente na piora dos indicadores de Capacidade de Atendimento e de Mudança na Capacidade de Atendimento da macrorregião Norte.
Passo Fundo e municípios próximos somaram 495 casos ativos na última semana frente a 867 casos recuperados nos 50 dias antes do início da semana, colocando a região em bandeira vermelha nesse indicador. Aliado a isso, no item de projeção de óbitos a região apresentou bandeira preta, uma vez que os nove óbitos apresentados ao longo da semana, quando projetadas, apontam o valor de 1,95.
As regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeiras das Missões e Pelotas seguem em bandeira vermelha. Junto a Passo Fundo, as regiões de Taquara, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Erechim, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul evoluíram de bandeira laranja para vermelha nesta rodada.
Assim, são 15 regiões com risco alto, ou seja, na bandeira vermelha. Essas regiões representam 84,2% da população gaúcha (9.535.519 habitantes). Na rodada definitiva do mapa anterior, eram seis regiões em vermelho, equivalente a 52,9% da população (5,9 milhões de habitantes).
Cinco regiões permaneceram na bandeira laranja: Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana, Bagé e Lajeado.
O cenário de disseminação do coronavírus e da ocupação de leitos cresce no Estado e embora nenhuma região do Estado tenha sido classificada com risco altíssimo (bandeira preta), tampouco houve classificação de risco baixo (bandeira amarela). Nesta rodada nenhuma região apresentou melhora nos índices.
Regra 0-0
Dos 391 municípios que compõem as áreas com bandeira vermelha, 218 cidades não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento. Por isso, se adequam à chamada “Regra 0-0” e podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio.
Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja. São 1.280.848 pessoas (11,3% do total do RS) nesta condição.
Essas 218 cidades que se classificam na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso.
Siutação Geral
O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, comparado à semana anterior, apresentou aumento de 6%, passando de 729 para 770. A quantidade de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceu 11%, passando de 582 para 647. O mesmo se observa com o número de internados em leitos clínicos para Covid-19, que passou de 554 para 693 internações – crescimento de 25%.
Para as internações em UTI confirmadas para Covid-19, o aumento chegou a 21%, passando de 418 para 504. O agravamento também é observado no número de casos ativos na última semana, que atingiu 5.126, frente aos 4.281 da semana anterior. Por fim, com relação ao número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia, o quantitativo reduziu 9% entre as semanas, passando de 653 para 594.
O agravamento do indicador de capacidade de atendimento (número de leitos de UTI livres para cada leito ocupado por pacientes Covid-19), mensurada no Estado como um todo, segue em ritmo acelerado, obtendo alerta máximo. Na rodada anterior, o indicador obteve bandeira vermelha e, nesta semana, a mensuração atingiu situação de bandeira preta.
O indicador da Mudança da Capacidade de Atendimento, também mensurado para o Estado, passou de bandeira amarela para vermelha, resultado da redução de número de leitos de UTI livres para atender Covid-19 no último dia em relação à quinta-feira anterior.
Esses dois indicadores permitem acompanhar a capacidade de resposta da rede hospitalar para atender a população que necessita de atendimento neste nível de atenção (alta complexidade). No entanto, é um indicador diretamente relacionado ao avanço da doença no Estado, uma vez que quanto maior o número de casos ativos, maior o número de pacientes que necessitarão de atendimento hospitalar e maior o risco de pressão no sistema de saúde.
O avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde. O estado alerta para a necessidade de se ampliar ainda mais a conscientização da população em seguir os protocolos de distanciamento para que siga ocorrendo a ampliação da rede e, principalmente, para que o acesso adequado do paciente aos leitos hospitalares e de UTI no tempo oportuno seja garantido.
Com informações da SECOM/RS
Notícia atualizada às 18h28