A Câmara de Passo Fundo reuniu vereadores, membros do Comitê de Orientação Emergencial (COE), secretários municipais e outros integrantes do Poder Executivo, além do Ministério Público, para discutir o enfrentamento ao Coronavírus. O encontro virtual, realizado na manhã desta sexta-feira (10), serviu para esclarecer dúvidas e ouvir um panorama do desenvolvimento da doença no município.
De acordo com os relatos dos representantes do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Hospital de Clínicas (HC) e da prefeitura, Passo Fundo enfrentou precocemente a disseminação do vírus, um exemplo foi o número de contaminados na JBS, assim como ocorreu com outros frigoríficos do estado, elevando os índices nessas cidades.
Os profissionais de saúde explicaram que o número de mortalidade pode ser considerado alto, mas o índice de letalidade, ou seja, o número de pessoas infectadas que foram a óbito, é mais baixo do que a média gaúcha e brasileira. A letalidade atual em Passo Fundo é de 2,1%, na capital é de 3,8%, a média no RS é 2,4%, e a brasileira, 3,9%.
“No início ficamos em alerta, mais de 10% dos gaúchos internados em UTI estavam em Passo Fundo. Hoje baixou para 5%, então compreendemos que se tratava da fase da epidemia, que foi assim em outros países e está sendo assim em outros municípios”, acrescentou o diretor técnico do HC, Juarez Dal Vesco.
Cloroquina e Hidroxicloroquina
Em relação ao uso de medicamentos para tratamento da Covid-19, a secretária municipal de saúde, Carla Beatrice Gonçalves, esclareceu que o município não recomenda, nem proíbe o uso de medicamentos como a cloroquina e a hidroxicloroquina. Outro membro do COE, Julio Stobbe (UFFS), acrescentou: “prescrever medicamentos é uma prerrogativa do médico. Mas, para não deixar dúvidas, o COE decidiu e ontem alteramos a redação do protocolo para deixar bem clara esta posição”.
Falta de medicamentos
Segundo a secretaria de saúde, a prefeitura fez pedidos de repasse, aos governos estadual e federal, de cloroquina e hidroxicloroquina, mas ainda não recebeu. Por isso está fazendo uma compra própria dos medicamentos através de pregão eletrônico.
No entanto, segundo a vice-diretora médica do HSVP, Cristine Pilati, o que mais preocupa os hospitais no momento é a falta dos medicamentos sedativos e anestésicos utilizados nos kits para entubação. O próprio governo do estado recomendou que as cirurgias eletivas fossem canceladas, como medida de manter os estoques para as emergências, pois esses produtos estão escassos no mercado.
Testes de covid-19
Outro questionamento dos parlamentares foi sobre o número de pessoas testadas, a prefeitura garantiu que não há falta de testes, tanto em hospitais quanto na rede municipal. O Cais da Petrópolis, que é a referência para o coronavírus, está aplicando desde o teste rápido ao PCR. “Somos um dos municípios gaúchos que mais testam a população e o nosso planejamento é para ampliar ainda mais o número de passo-fundenses testados”, acrescentou a secretária.