A região de Passo Fundo manteve classificação de bandeira vermelha no plano de distanciamento controlado adotado pelo Governo do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Leite, na tarde de hoje (27), durante transmissão ao vivo. Os protocolos de bandeira vermelha devem ser respeitados até, pelo menos, a próxima segunda-feira (3).
De acordo com a análise do Estado, Passo Fundo apresentou melhora em um indicador que considera dados específicos da região, mas manteve avaliação de risco máxima (bandeira preta) em outros dois indicadores considerados para o cálculo das bandeiras, fazendo com que os municípios permanecessem sob situação considerada de risco alto para o contágio do novo coronavírus. Por esse motivo, o recurso protocolado pela Prefeitura de Passo Fundo no último fim de semana, solicitando a reconsideração da bandeira preliminar, foi negado pelo Gabinete de Crise do Estado.
O governador ressalta que, apesar disso, a região vem se aproximando de uma estabilização no conjunto dos indicadores, o que sinalizaria a possibilidade de retorno à bandeira laranja no próximo mês. “Esperamos ter a confirmação de estabilização nessa semana para que, no futuro, tenhamos um retorno à bandeira laranja”.
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O Rio Grande do Sul manteve as mesmas oito regiões da semana anterior em bandeira vermelha. No mapa preliminar, divulgado na sexta-feira (24/7), 14 regiões haviam sido classificadas com alto risco epidemiológico. Após analisar 49 pedidos de reconsideração enviados por municípios e associações, o Gabinete de Crise decidiu acatar o recurso de seis regiões, resultando em 12 regiões com bandeira laranja (risco médio).
“Está muito claro para nós que o distanciamento tem ajudado até aqui a manter sob controle a capacidade da oferta de leitos diante da demanda que temos para Covid-19 e para outras síndromes respiratórias. Sabemos que as pessoas estão cansadas e que há uma demanda econômica relevante, mas sabemos também que essas medidas de distanciamento estão significando menor circulação de coronavírus e outros vírus, e que estão ajudando a termos se não a redução do número de casos, uma velocidade menor do crescimento. Mesmo que não sejam os indicadores de distanciamento que gostaríamos de ver, são indicadores importantes para mantermos a situação ainda sob controle no RS. E pedimos a todos que sigam reduzindo ao máximo sua circulação”, destacou Leite.
O governo do Estado decidiu acatar o pedido de reconsideração de Bagé e Pelotas, cujo recurso foi encaminhado pelo município para toda a região, e das associações regionais de Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santo Ângelo.
Um dos indicadores que ajudou todas essas regiões a se manterem na bandeira laranja foi a disponibilidade de leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19 em todo o Estado, por conta da ampliação que o governo está promovendo em parceria com municípios, hospitais e Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, já foram habilitados 697 leitos – ampliação de 74,7%, totalizando 1.630 leitos UTI adulto SUS.
Graças à maior oferta de leitos, mesmo com o aumento do contágio da doença, o RS passou de 547 leitos livres na semana anterior para 566. “Essa melhoria pesou positivamente no cálculo de risco de todas as regiões, além de indicadores específicos de cada uma que também melhoraram”, explicou o governador.
O Gabinete de Crise indeferiu os recursos apresentados pelas regiões de Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões e Passo Fundo, que permanecem em bandeira vermelha, por terem apresentado alto nível de ocupação dos leitos e de propagação do vírus.
Assim, se juntam a Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre, que já estavam em vermelho, e seus representantes não apresentaram pedido de reconsideração.
Leite fez menção ao próprio contágio por coronavírus, confirmado na sexta-feira (24/7) pelo exame RT-PCR. Desde que foi diagnosticado como positivo para a doença, o governador está isolado e mantendo os compromissos oficias de modo virtual, sem contato com assessores. Até o momento, teve sintomas leves, como cansaço e dor de cabeça, e está tomando analgésicos comuns.
“Fica muito clara a necessidade do cuidado por parte de todos. Mesmo tomando muito cuidado, acabei, em algum momento, vulnerável a contrair o vírus. Graças aos cuidados que adotamos, a maior parte, senão todas as pessoas ao meu redor não sofreram contágio. Isso é uma boa demonstração de que, com protocolos, podemos ter o funcionamento de muitas atividades. Por isso, rogo a toda a população que siga os protocolos para que possamos diminuir o contágio para reduzir o número de internações. Se a velocidade de internações continuar crescendo, poderemos observar restrições maiores”, alertou Leite.
Notícia atualizada às 18h09