Camelódromo reabre em sistema de rodízio após 140 dias

Dos 25 camelôs autorizados para abrir ontem, apenas oito retomaram as atividades

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Luciano Breitkreitz/ON Luciano Breitkreitz/ON
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Um acordo entre Associação dos Camelôs de Passo Fundo e o poder público municipal permitiu a reabertura do camelódromo do município, fechado há 140 dias, desde o início da pandemia. A intenção do acordo foi dar um fôlego aos camelôs na tentativa de recuperar um pouco dos prejuízos com as vendas no dia dos pais. 

A reabertura do local aconteceu na quinta-feira (6) e a permissão para funcionamento segue até este sábado (8). Os proprietários das bancas tiveram de adotar diversas medidas de proteção para restringir ao máximo os riscos de contágio do novo coronavírus. Uma delas foi evitar a exposição das mercadorias nos corredores. O funcionamento está autorizado para metade das 50 bancas em sistema de rodízio. Em um dia abre as bancas com número final par, e no seguinte, as bancas de numeração ímpar. 

Apesar da liberação, o movimento foi fraco na tarde de quinta-feira, tanto de clientes como dos próprios camelôs. Dos 25 proprietários autorizados, apenas oito deles retomaram as atividades. Presidente da Associação dos Camelôs de Passo Fundo, Francisco Brasil, diz que a crise atingiu o setor de forma direta, com um impacto extremamente negativo. 

Segundo ele, dois fatores contribuíram para o baixo movimento na reabertura. Um deles é que muitos proprietários não conseguiram se manter na atividade durante os 140 dias de camelódromo fechado. 

 “Essas pessoas precisaram buscar alternativas de renda, pois não é possível permanecer tantos dias sem funcionar”, explicou. O segundo fator, segundo ele, está relacionado à falta de mercadorias. Como a maioria dos produtos comercializado no local são trazidos de outros países, principalmente do Paraguai, os camelôs estão tendo dificuldade na reposição dos estoques. 

“O Paraguai fechou antes de nós. A alternativa seria comprar em São Paulo, que importa direto da China, mas entrou menos mercadorias no país e os preços acabaram subindo até 200%”, disse Francisco Brasil. 

Segundo ele, essa elevação brusca do preços dos produtos adquiridos em São Paulo torna inviável a atividade. Conforme Brasil, em Passo Fundo as pessoas reduziram o volume de compras e muitos estão sobrevivendo do auxilio emergencial, ou estão no Seguro Desemprego, inviabilizando a atividade. 

“Alguns profissionais venderam as mercadorias que tinham em estoque pelas redes sociais, usaram o dinheiro para pagar as contas do dia-a-dia, e não reinvestiram em mais mercadorias”, explicou. Para o presidente, o futuro da atividade é bastante incerto, pois não é possível saber quando este setor vai retornar à normalidade. “Não sabemos nem se poderemos trabalhar na próxima semana, pois tudo vai depender da classificação estadual das bandeiras”, finalizou.

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