Setor leiteiro movimenta importante cadeia produtiva no município

A produção tem se mantido em um patamar que apresenta lucro para os produtores

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Município tem aproximadamente 350 agricultores trabalhando no setorMunicípio tem aproximadamente 350 agricultores trabalhando no setor
Município tem aproximadamente 350 agricultores trabalhando no setor
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Dados da Aliança Láctea Brasileira colocam Passo Fundo entre os municípios com maior produção de leite, ocupando a vigésima posição no estado. O leite produzido no município está presente de forma significativa no agronegócio, não apenas pelo volume de produção, mas também pela cadeia produtiva que movimenta. Segundo o levantamento da Emater/RS do município, no meio rural de Passo Fundo são aproximadamente 350 agricultores trabalhando no setor.

 A produção tem se mantido em um patamar que apresenta lucro para os produtores, como explica o técnico Alessandro Davesac. “O leite representa o salário mensal dos produtores, sendo usado para o custeio das famílias. A média de produção local gira em torno de 130 litros/dia, gerando ganho bruto mensal de aproximadamente de R$ 4 mil. O custo de produção fica em torno de 50%”, diz ele. 

Para manter a lucratividade do setor, o desafio está no controle das despesas. Segundo Alessandro, os maiores custos estão ligados aos preços da energia elétrica; do combustível; da mão de obra e dos insumos. Desta forma, o produtor precisa de organização e disciplina para manter a atividade viável. Para o especialista, atualmente um dos maiores problemas está na escassez da mão de obra, e a falta de investimento, que acabam prejudicando um maior desenvolvimento no setor.

Produto de ótima qualidade

Alguns produtores estão optando em agregar valor ao leite. No município já há duas agroindústrias familiares, produzindo e processando a matéria-prima para confecção de queijo, ricota e doce de leite. 

Para o técnico, a qualidade do leite produzido em Passo Fundo é considerada ótima. “Esse processo inicia com o manejo realizado na propriedade rural, desde a implantação da pastagem, nos tratos fitossanitários, passando pela sala de ordenha, sempre respeitando as instruções, normativas e orientações das empresas que adquirem o leite”, explica ele. 

A boa qualidade do leite também é destacada pelo coordenador do Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle), professor da UPF, Carlos Bondan. Para ele, o leite produzido na região de Passo Fundo está dentro dos teores intitulados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, que delimita os parâmetros de identidade e qualidade a qual deve apresentar o leite cru. Porém, Bondan ressalta que o desafio é manter a mesma qualidade durante todo o ano, diante das variações nos mais diferentes períodos do ano, “Na região a qualidade varia conforme o período do ano, uma vez que principalmente nos meses mais quentes, quando ocorre o uso do solo objetivando o cultivo de grãos, se reduz a área destinada para produção de alimentos e pastejo animal”, esclarece. 

Para Bondan, é essencial o investimento em tecnologias para melhorar a lucratividade de toda a cadeia produtiva. “O investimento em tecnologia passou a ser importante para a produção do leite visando aumentar a produção e agilizar a vida do produtor no campo. As tecnologias facilitam a vida do homem no campo e também o bem-estar animal, através de instalações adequadas, maquinários agrícolas, diagnóstico de doenças, entre outros fatores”, disse ele.

Comprometimento do produtor

 No entanto, o professor lembra que para produzir um leite de qualidade é necessário um elemento além da tecnologia. Esse elemento, segundo ele, é o comprometimento do produtor e dos funcionários, para garantir as condições de higiene e biosseguridade para atender as necessidades de um consumidor cada vez mais exigente.

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