Proprietários dos apartamentos do Edifício Gralha, na Cohab I, providenciaram o fechamento dos acessos ao prédio com instalação de grades e tijolos nos portões e portas, além da limpeza no terreno. A medida visa evitar vandalismo e também a entrada de terceiros no imóvel.
“Não podemos demolir nada enquanto não sair a sentença judicial. Queremos evitar o acesso de vândalos e moradores de rua, que estão destruindo, roubando janelas, e causando transtornos aos vizinhos. Temos a colaboração de empresários e também da Associação de Moradores, através do Presidente Gilvan Marinho”, registra Rose Rosa, proprietário de um dos apartamentos.
Situação do Gralha
Com a condenação da estrutura do edifício Gralha, as 16 famílias tiveram de abandonar o local. Desde então, os proprietários buscam na justiça uma reparação, por meio de um processo instaurado na 2ª Vara da Justiça Federal. O processo já está em fase de sentença na 2ª Vara Federal de Passo Fundo, com o juiz Moacir Camargo Baggio.
Um dos réus na ação, a Caixa Econômica Federal solicitou se retirar do processo sob o argumento de não se sentir responsável pela questão. O segundo réu, o Estado, apresentou um laudo dizendo que a estrutura não tem problema, contestando e contrariando outros dois laudos anteriores. Um solicitado pelos próprios moradores e outro da perícia judicial.
"Nossa expectativa é de que tenhamos vitória e que os dois réus sejam condenados. Saindo a sentença favorável aos proprietários, vamos fazer uma segunda discussão para tratar da demolição do prédio e de um possível acordo com a CEF e estado", declarou o vereador Saul Spinelli, que acompanha a situação do Gralha desde o surgimento do problema.
Problemas surgiram em 2016
Com quase quatro décadas de existência, a situação do edifício Gralha começou a ter repercussão no início de 2016, depois que alguns moradores procuraram a imprensa e mostraram a quantidade de rachaduras espalhada pela laje, escadarias e paredes. Baseado em um laudo técnico, o qual já apontava graves problemas estruturais e o risco de desabamento, a prefeitura, juntamente com o Corpo de Bombeiros, interditou o local por tempo indeterminado. Os 16 moradores tiveram de desocupar os apartamentos e buscar outra moradia.
Preocupados com a situação do prédio, os proprietários do Gralha se reuniram, em 2017, e decidiram contratar, com recursos próprios, um profissional para realizar um laudo completo da edificação. Durante 90 dias, o engenheiro civil, Eduardo Madeira Brum, especialista em projeto, execução e controle de estruturas e fundações, examinou minuciosamente cada detalhe da edificação, inclusive, a cobertura com uso de um drone. O resultado, segundo ele, à época foi 'assustador'.
O laudo identificou prolemas na fundação, revestimento e também no material utilizado, já sem vida útil. O laudo também apontou material inadequado, como no caso de tijolo de seis furos, que não têm função estrutural, usado na fundação e na região da escadaria.