Começou por Passo Fundo e Caxias do Sul o funcionamento de duas das seis centrais regionais projetadas pelo Governo Estadual para acelerar o recebimento e envio das amostras sorológicas coletadas nos casos suspeitos de coronavírus. Na unidade local, oito profissionais de saúde serão responsáveis por receber e enviar os testes de 88 municípios da região para agilizar o fluxo de análise e diminuir em até dois dias o tempo entre a coleta e o resultado final do exame.
Dentro do projeto Testar RS, que ampliou a testagem pelo exame de biologia molecular (PCR) no final de julho, considerado o padrão-ouro para a detecção do vírus, essa nova logística tem capacidade para conferir, armazenar e despachar 500 amostras diárias até o Aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha. “A expectativa é de que dê um quantitativo de 2,5 mil amostras na semana. Desde quinta e sexta-feira, quando fizemos a primeira remessa, até hoje [segunda-feira] já temos o resultado das análises”, afirmou o delegado regional de saúde da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde de Passo Fundo (6ªCRE), Marcelo Martins Pacheco. Do Rio Grande do Sul, os testes serão encaminhados para laboratórios de referência no Rio de Janeiro, no Paraná ou em São Paulo. Escolhidos de forma estratégica, as centrais foram montadas, também, nos laboratórios regionais em Erechim, Pelotas, Santa Cruz do Sul e Santa Maria. “É muito importante esse diagnóstico, pois permite que seja feito o rastreamento dos contatos e assim evitar novos casos”, destacou a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann.
Desde o início da testagem dos pacientes sintomáticos para a Covid-19, o encaminhamento das amostras precisava passar por uma etapa preliminar no Laboratório Central do Estado (Lacen-RS), em Porto Alegre, que em paralelo também realiza a testagem, antes de seguir para fora do Estado. Agora, cada um dos centros vai abranger uma população estimada de 1 milhão de pessoas, segundo o governo. “Somadas, essas centrais podem encaminhar até 3 mil amostras por dia, enquanto o Lacen permanece com as demais regiões e os casos que precisam ser priorizados”, explicou a farmacêutica bioquímica do Lacen, Loeci Timm.
Fluxo de testes
Os casos considerados prioritários dos grupos três e quatro, entre os quais as coletas de pacientes internados com quadro respiratório suspeitos de infecção pelo SARS-CoV-2, óbitos que envolvam situações de surtos, residentes ou trabalhadores de Instituições de Longa Permanência, trabalhadores da saúde, pessoas assintomáticas de casos confirmados e indígenas, ficarão retidos no Rio Grande do Sul para testagem no Lacen e em laboratórios credenciados pela Secretaria de Saúde.
Já o material biológico de casos de síndrome gripal, quando o paciente não for hospitalizado, e as de trabalhadores de saúde sintomáticos serão enviados para os laboratórios no centro do país. “Como esses são casos nos quais já se preconiza o isolamento por pelo menos 10 dias, seria prazo suficiente até sair o resultado. Os demais são situações nas quais o diagnóstico mais rápido tem implicância direta nas ações a serem seguidas”, justificou o governo, em um comunicado.