Os prefeitos de 17 cidades da região, vinculados à Associação dos Municípios do Planalto Médio (Ampla), decidiram não autorizar a retomada das aulas presenciais na rede municipal nesta semana. A possibilidade de retorno das atividades voltou a ser debatida em uma reunião realizada na manhã de ontem (7), quando os representantes concordaram que não há “garantia sanitária para o retorno das aulas presenciais neste momento”, de acordo com o presidente da entidade e prefeito de David Canabarro, Marcos Oro. A situação deverá ser reavaliada na próxima semana.
A possibilidade de retorno às atividades presenciais em instituições de ensino da rede municipal e privada, em regiões com bandeira laranja ou amarela, está autorizada pelo Governo do Rio Grande do Sul desde o dia 8 de setembro para a Educação Infantil e 21 de setembro para o Ensino Médio e Superior. Na região de Passo Fundo, embora a bandeira laranja esteja em vigor desde o dia 19 de setembro, os prefeitos têm optado por não aderir à retomada. “Há municípios que já definiram por não voltar neste ano, mas em outros [entre eles, Passo Fundo] decidimos avaliar de semana a semana, para conseguir observar a evolução do quadro. Estamos esperando para ter certeza de que há uma redução nos 11 indicadores do coronavírus monitorados pelo Estado”, explica o presidente da Ampla.
Para ele, as dificuldades que impedem a retomada do ensino presencial vão desde a falta de segurança para que professores e alunos voltem a conviver em sala de aula, até a logística de distribuição da merenda escolar e o transporte dos estudantes. “É muito difícil fiscalizar o cumprimento de protocolos de distanciamento social, principalmente entre os alunos menores. Além de que também questionamos a validade de uma retomada agora, na reta final do ano, sendo uma parte das aulas na sala, outra parte remota. Entendemos que o isolamento e a falta de socialização dos alunos é prejudicial, mas questionamos várias problemáticas desse sistema. É muito complicado”, justifica.
Oro ressalta também o resultado de pesquisas realizadas junto à comunidade escolar, através das Secretarias Municipais de Educação, que apontariam uma baixa adesão ao modelo híbrido de ensino. “Cerca de 80% a 90% dos pais responderam que não vão encaminhar os alunos à escola. Então, não há justificativa para reabrir toda a estrutura, sendo que os alunos não irão até lá”, aponta.
Decisão abrange escolas municipais e particulares
Em Passo Fundo, a decisão vale tanto para as escolas da rede municipal, quanto para a rede privada. O Comitê de Orientação Emergencial (COE) chegou a discutir a possibilidade de retomada no município, na última terça-feira (6), porém sem chegar a uma definição. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, as entidades, em comum acordo, avaliaram ser mais prudente aguardar mais alguns dias antes de tomar a decisão. “Temos situações diferentes em cada município. Marau e Casca, por exemplo, estão planejando flexibilizar a abertura das escolas privadas. Outros municípios maiores, onde também há escolas particulares, apesar de entenderem que essa rede tem enfrentado dificuldades de se manter devido à pandemia, concordam que não é o momento. Passo Fundo ainda não chegou a um consenso com o COE”, esclarece o presidente da Ampla.