Com a emissão da ordem de serviço para início das obras de ampliação e modernização do aeroporto Lauro Kortz, os voos no município devem ser suspensos por cerca de quatro meses. Embora a previsão de duração das obras no aeroporto de Passo Fundo seja de aproximadamente 12 meses, de acordo com a Secretaria de Logística e Transportes (SELT) do Rio Grande do Sul, a suspensão das operações áreas deve ocorrer somente durante os serviços de restauração da pista de pousos e decolagens – estimados para acontecer em até 120 dias. “No restante do período, o aeroporto pode operar, inclusive com os novos instrumentos, mas ainda com o terminal antigo”, explicou a assessoria da pasta.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva, ressaltou que, durante as reuniões para definição do cronograma das obras, nunca foi mencionada a necessidade de fechar as operações durante um período maior que quatro meses. “Nas reuniões em que participamos junto ao governo, com a empresa que ganhou a licitação e as empresas áreas que operam na cidade, sempre foi discutido que não se fechasse a pista por mais que quatro meses. Inclusive, sempre conversamos no sentido de buscar reduzir esse tempo”, reiterou.
Ainda de acordo com ele, não há confirmação de quando as operações serão suspensas. “O cronograma indica que a reforma iniciará com a terraplenagem, depois seria a pista. Isso faria com que, dependendo da época do ano, as companhias aéreas pudessem pedir para que a etapa acontecesse um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde, para ajustarem seus serviços”, explica. Atualmente, a Gol Linhas Áreas é a única empresa em operação no local. A companhia Azul, que também atuava em Passo Fundo, aguarda a conclusão das adequações para retomar as operações no aeroporto Lauro Kortz.
Secretário nega previsão de transferência dos voos
Sobre a possibilidade de transferir as operações para Santo Ângelo enquanto houver o fechamento da pista no aeroporto de Passo Fundo – mencionada pelo secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, durante uma entrevista –, o secretário municipal e Desenvolvimento Econômico afirmou se tratar de uma informação equivocada. "Isso não foi conversado com as companhias aéreas. Elas não têm interesse em operar em Santo Ângelo. O avião da Gol nem desce naquele aeroporto”, rebateu.
Governo prevê início dos trabalhos até o fim de outubro
A emissão da ordem de serviço para início das obras de qualificação do aeroporto foi autorizada pelo governo federal, na última quinta-feira (8), por meio do Ministério da Infraestrutura. Os investimentos serão de R$ 43,2 milhões, oriundos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), com contrapartida do governo do Estado de cerca de 3% desse valor, com possibilidade de operação de aeronaves de grande porte.
A expectativa do governo do Rio Grande do Sul é que os trabalhos iniciem até o fim de outubro. Entre as melhorias previstas para o aeroporto, estão a reconstrução da pista de pouso e decolagem, a implantação de faixas de pista e áreas de segurança nas cabeceiras, sistema de drenagem, pátio de aeronaves e novo terminal de passageiros e edificações acessórias com mais de 2.000 m². Também constam no projeto a construção de estacionamento de veículos e via de acesso, novo sistema de balizamento luminoso, equipamentos e auxílios à navegação aérea, que permitirão a operação por instrumento.
A previsão da SELT é que, com a ordem de início, os trabalhos de ampliação e modernização do aeroporto durem em torno de 12 meses, sendo oito para as obras de pavimentação, drenagem e sinalização. A estimativa é que, a partir da modernização, o terminal atenda cerca de 300 mil passageiros por ano, até 2030.
Impasse resolvido
As obras do aeroporto de Passo Fundo estavam programadas para começar no segundo semestre do ano passado, mas não ocorreram por um impasse em relação à proposta de recuperação da pista de pouso e decolagem, que estava em desacordo com o previsto no anteprojeto. A empresa vencedora da licitação, realizada no fim de 2018, foi o consórcio Traçado-Engelétrica, que manteve contato com o corpo técnico do governo federal e do Estado.
“O que gerou esse debate técnico foi, principalmente, a utilização de camada com asfalto polímero, um item que garantirá uma maior durabilidade para o piso. Nós e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que também faz parte do processo, fizemos questão de mantê-lo. O consórcio compreendeu nosso pedido, e nós entendemos o momento e as questões financeiras que poderiam afetar suas rotinas de trabalho”, disse o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal.