Contratos de aluguel encarecem e inflação atinge 20,56% em 12 meses

Para corretor imobiliário, momento é de renegociação entre imobiliárias e inquilinos

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Na hora de ler a fatura do aluguel do mês de novembro, muitos inquilinos levaram um susto. O valor que costumavam pagar pelo imóvel residencial veio com um reajuste que, no acumulado dos últimos 12 meses, soma 20,56%, segundo a pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado como base para o cálculo de reajuste de contratos de aluguel no país, medido mês a mês, registrou inflação de 2,92% na segunda prévia de outubro. A taxa é inferior aos 4,57% em setembro.

Embora o índice acumulado nos últimos meses tenha sido de 18,20% na segunda prévia de setembro, de acordo com a FGV, esse descompasso nos indicadores foi provocado pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja taxa de inflação recuou de 6,36% na prévia de setembro para 3,75% na prévia de outubro. O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, subiu de 0,38% para 0,71% enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção também cresceu de 0,98% para 1,50%.

A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no entanto, registrou um crescimento de 2,28% no último ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicou um dos menores patamares históricos para este que é o principal termômetro para a variação de preços no país. “O IPCA é um indicador único que mede a inflação de alguns preços das 16 principais capitais do país. Já o IGP-M é composto por outros, que envolvem commodities e construção civil. Pega uma gama maior de serviços e produtos”, explicou o corretor imobiliário, Ricardo Bortolini.

Entre as queixas sobre a alta na porcentagem, a desvalorização do real e o freio na economia por causa da pandemia da Covid-19, Bortolini afirma que o momento é de renegociação entre proprietários e inquilinos. “Quando foge do valor real, é necessário negociar e mediar essa renegociação. Para o proprietário, não é a intenção que o imóvel fique vazio”, disse. “Renegociamos entre 35 a 40% dos contratos; 99% deles em função do coronavírus”, afirmou o corretor imobiliário.

A redução salarial provocada pelas jornadas de trabalho mais curtas durante a pandemia e o fechamento dos estabelecimentos comerciais como medidas para evitar a disseminação do vírus também foram responsáveis por colocar proprietários e inquilinos na mesma mesa de negociação no município. “O mercado não perdeu valor e o preço do aluguel não diminuiu. A previsão para o ano que vem é uma redução na inflação”, avaliou Bortolini ao enfatizar que o período requer a busca por um equilíbrio. 


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