Em tempos de pandemia, a música faz a diferença

Crianças e adolescentes participam de aulas on-line de música, por meio do programa Estágio Social do curso de Música da UPF

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O acadêmico de Música, Álvaro Nery Ferri, e seus alunos em um dos encontros on-line (Foto: Divulgação)O acadêmico de Música, Álvaro Nery Ferri, e seus alunos em um dos encontros on-line (Foto: Divulgação)
O acadêmico de Música, Álvaro Nery Ferri, e seus alunos em um dos encontros on-line (Foto: Divulgação)
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A música acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos e não podia ser diferente em tempos de pandemia de Coronavírus, considerada um dos maiores desafios do século XXI. A música mexe com as emoções, é usada na área da saúde, estimula a memória e provoca tantos outros benefícios. E foi pensando em “alimentar a criatividade e a alma” neste período de distanciamento social que o curso de Música da Universidade de Passo Fundo (UPF) promove aulas gratuitas, de forma on-line, para mais de 40 crianças e adolescentes de Passo Fundo e região. A iniciativa, que começou no final de setembro, faz parte do programa Estágio Social do curso e abrange jovens entre 7 e 17 anos.

Sthefany Thais Gasparin, 14 anos, teve a oportunidade de aprender um pouco mais sobre esta arte e reconhece o poder da música. “Mesmo estando longe e tendo aula à distância, tivemos a oportunidade de aprender, conhecer e nos divertir com tudo isso. Com esse conhecimento, vou passar a olhar para a música com um sentido diferente, pois agora sei a real história dessa arte. Vou passar a escutar ritmos diferentes, estilos e artistas diferentes do que normalmente conhecia”, declara a jovem de Erechim, apreciadora de música e de outras artes desde cedo.

Nestes novos tempos, o jeito foi adaptar as aulas utilizando tecnologias no ensino da música em formato remoto, com o objetivo de despertar e estimular a curiosidade pela música nas crianças, promovendo a interação, apreciação, diálogos, jogos musicais, entre outras atividades. E o curso vai muito além de cantar ou tocar um instrumento. Os alunos aprendem percussão corporal (pulso interno/coordenação motora), leitura musical (notas musicais/ figuras rítmicas), apreciação musical (músicos/ compositores/ gêneros musicais), paisagem sonora (percepção auditiva), canto coral (aquecimento/ respiração/ vocalização/ música folclórica/ popular), jogos musicais (memória/ paisagem sonora) e ainda realizam Seminários para dialogar tudo isso.


Um estágio social

O Estágio Social surgiu em meio à pandemia do Coronavírus, como forma de atender as demandas dos estágios supervisionados que os acadêmicos do curso de Música precisam realizar.

Uma experiência para os jovens que se inscreveram nas aulas e para os acadêmicos do curso de Música, que ministram os encontros, desenvolvendo dessa forma seus estágios e ainda prestando um serviço social à comunidade. “O estágio social oportuniza para nós, enquanto acadêmicos, a criar, expandir, pesquisar, aprimorar, colocar em prática o conhecimento referente a docência. No atual cenário de pandemia, o formato de estágio remoto trouxe novos desafios, sobretudo de sair da área de comodidade”, relata o acadêmico do sexto semestre do curso de Música, Álvaro Nery Ferri, 26 anos.


O poder da música

O acadêmico enfatiza ainda a importância da música na vida desses jovens. “A música exerce grande potencial no desenvolvimento humano, seja no aspecto religioso, moral ou social, além de estar presente também em outras ocasiões como na área da saúde, utilizada em diferentes tratamentos. Com as crianças, a música tem essa capacidade de estimular a comunicação, permitindo o contato direto ao diálogo, a interação, por isso é considerada a linguagem da afetividade, sendo capaz de contribuir no crescimento como ser humano e profissional, seja qual for a área”, salienta Ferri.

O professor do curso de Música da UPF, Me. Marcio Tolio, também destaca os benefícios dessa arte, especialmente neste momento de pandemia. “A música veio para fortalecer o quanto o ser humano precisa da arte pra sair do caos. A maioria das válvulas de escape que as pessoas estão procurando neste momento estão relacionadas à arte, porque você fica fisicamente limitado e precisa alimentar a tua criatividade, a alma”, observa Tolio, ressaltando também os efeitos da música para os integrantes do projeto. “Para as crianças e adolescentes, a música também é uma ferramenta para trabalhar a questão da ansiedade. Dentro dos estágios, estruturamos estratégias e atividades mais lúdicas, criativas, usando o que há dentro de casa, o corpo como elemento musical. Nesse sentido, a música entrou como uma forma de terapia”, garante o professor.

Com o término dos estágios do curso, os jovens serão inseridos no projeto de extensão Da Capo, que integra o programa de extensão Musique, vinculado ao curso de Música da UPF, que também prevê o desenvolvimento de aulas de instrumentos musicais para jovens estudantes da rede pública de ensino ou pertencentes a instituições de apoio a crianças em situação de vulnerabilidade social.


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