A soja é a principal cultura cultivada no Rio Grande do Sul e no Brasil. Somente no estado, são aproximadamente 6 milhões de hectares cultivados. Sabendo da importância do grão para o agronegócio gaúcho e brasileiro, o Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro) da Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolve diversas atividades relacionadas à produção da soja, as quais contribuem tanto para o mercado quanto para a formação dos acadêmicos da Instituição.
Dentre as ações realizadas, está o preparo do solo. Conforme o professor do curso de Agronomia da UPF, Pedro Escosteguy, para essa safra, a atividade incluiu a aplicação de calcário, mas isso foi efetuado antes da implantação das culturas de inverno (trigo, cevada, aveia-preta, aveia-branca e centeio). “Além disso, em pré-semeadura da soja, foi realizado o manejo das culturas de inverno utilizadas como cobertura do solo. Na área com aveia-preta, esse manejo foi efetuado com o equipamento Rolo-Faca, enquanto que na soja semeada em palhas de culturas utilizadas para produção de grão, como o trigo, quando necessário, efetuou-se o manejo químico. Também, procedeu-se a adubação da soja”, comenta.
Outra fase considerada fundamental se refere ao plantio da soja no Cepagro. De acordo com o professor Mauro Antonio Rizzardi, a semeadura é uma das principais etapas do estabelecimento de uma cultura. “É nesse momento que se determina o primeiro componente do rendimento e o número de plantas por área. Para se atingir uma boa população de plantas, a que se utilizar sementes de boa qualidade, como elevada germinação e vigor. Essas sementes devem ser distribuídas uniformemente em profundidade e umidade do solo adequadas”, relata.
Novidade no plantio da soja
De maneira a possibilitar o acompanhamento dos estudantes nas diferentes operações executadas, integrando a teoria e a prática, neste ano, o plantio da soja no Cepagro contou com uma novidade em relação aos anos anteriores. Pela primeira vez, a palha da cultura de inverno, isto é, da aveia-preta, foi rolada em cerca da metade da área do Cepagro em que a soja está sendo semeada. “Essa operação consiste em passar o equipamento Rolo-Faca sobre as plantas de cobertura do solo, para que seja possível realizar a semeadura da cultura sucessora”, enfatiza Escosteguy.
Segundo o professor, atualmente, considera-se que o uso de culturas de cobertura deve ser incluído no sistema de produção de grãos antes, após e durante as culturas de retorno comercial. “Várias são as razões, como o melhor controle de erosão; o aumento do teor de matéria orgânica e a melhoria da estrutura do solo; o aumento da diversidade biológica; a diminuição da compactação; a supressão de ervas daninhas; a melhoria da umidade e da temperatura do solo; a maior ciclagem de nutrientes; e a diminuição de perdas dos nutrientes por lixiviação”, disse Escosteguy.
O coordenador do Cepagro, professor Fernando Pilotto, menciona que, a exemplo do ano passado, a soja foi semeada com semeadora com controle de tráfego de máquina, em que a precisão é guiada com GPS com erro de 1 a 2 cm por hectare. “Já na outra metade do Cepagro, em que a soja está sendo semeada, a novidade foi o cultivo de trigo, que não vinha sendo utilizado nos últimos anos. Além disso, em toda a área da soja, a acidez do solo foi corrigida com a aplicação de calcário a taxa variável”, finaliza.