Após um mês de aumento de casos e internações, o governo estadual anunciou na segunda-feira (30) uma série de medidas emergenciais para enfrentamento à pandemia. A principal delas é a suspensão temporária da cogestão, que permitia os protocolos de bandeira laranja em Passo Fundo mesmo quando a região estava em bandeira vermelha. Além disso, foram feitas uma série de alterações nas medidas da bandeira vermelha, como limites de horário.
O objetivo é combater a circulação do vírus, melhorar a situação antes das festas do fim de ano e ter uma unidade dos protocolos em nível estadual. “Temos uma limitação da capacidade de expansão que conseguimos fazer do nosso sistema de saúde. Ainda temos a demanda reprimida do período que ficou sem atendimento a outras enfermidades, o que também compromete a capacidade. Por isso reforçamos o pedido a toda população gaúcha, que evite festas e aglomerações, que nos ajude nos próximos 15 dias para quebrar o ciclo de contágio para chegarmos no fim do ano em uma situação melhor", declarou Eduardo Leite na live em que comunicou as decisões.
Além das novas regras, o estado determinou o Apoio da Brigada Militar à fiscalização e a criação de canais específicos para denúncia (telefone 150 e formulário eletrônico Vigilância do Cidadão). Também estão suspensas festas e eventos de fim de ano, de prefeituras ou de estabelecimentos privados, inclusive em condomínios. O governo também incentivará o limite máximo de até 10 pessoas, excluídas as crianças de até 14 anos, em festas privadas ou familiares.
As novas restrições e a suspensão do sistema de cogestão do Distanciamento Controlado devem durar duas semanas, mas, se for necessário, não está descartado a prorrogação do prazo ou alteração dos protocolos, de acordo como governador.
Setores
As novas regras pegaram o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo de surpresa, de acordo com o presidente da entidade Leo Duro. “A gente tá desolado”, afirmou o representante. As novas restrições são mais brandas das que já foram adotadas anteriormente, podendo inclusive, seguir com a maioria dos estabelecimentos abertos. Ainda assim, Leo relata confusão com as regras e frustração. “É frustrante passar por oito meses de batalha, demitir e agora, que está melhorando e voltando a contratar, acontece isso de novo”, conta. O sindicato considera o distanciamento importante, mas critica a falta de planejamento e organização. “O principal é ter um controle, um distanciamento social, tem que ter segurança, mas de forma organizada”, diz. Uma retomada econômica dos setores não é esperada tão cedo e ele pede por uma maior organização para “trabalhar de forma segura”.
Cinemas
“A gente não foi pego de surpresa, porque a gente previa, mas lamento muito porque ficamos poucos dias abertos aqui no estado”, disse o gerente de comunicação e marketing da rede Arcoplex Cinemas, Gabriel Silva. Um investimento foi realizado nos protocolos de segurança e a rede acredita que poderia continuar operando com limite de horário, como restaurantes. “Acreditamos que isso poderia ser válido para o nosso setor”, disse Gabriel. Apesar de acreditar que poderia haver uma flexibilização nesse aspecto, a rede está cumprindo a decisão e fechou em todo o estado. Em Passo Fundo, a bandeira vermelha é vigente desde a semana passada, o que já impedia o funcionamento de cinemas.