As festividades natalinas, conhecidas pelo aspecto de reunir familiares e amigos em torno de uma mesma tradição, devem acontecer em novo formato neste ano. Com o aumento no número de casos confirmados do novo coronavírus, festas e eventos de fim de ano estão proibidos em todo o Rio Grande do Sul. A medida, no entanto, não representa o fim das comemorações em torno do nascimento de Jesus, especialmente para aqueles que acreditam no espírito de esperança e renovação da data. O tradicional Natal Ecológico do Boqueirão Legal, por exemplo, encontrou uma forma de se reinventar e manter viva a chama natalina sem a promoção de aglomerações.
O evento, que todos os anos toma conta da Praça Miguel Moretti, no Boqueirão, com uma centena de enfeites temáticos confeccionados com materiais recicláveis, tem abertura marcada para a noite desta sexta-feira (3), quando serão ligadas as luzes de Natal. Diferente das edições anteriores, porém, a 13ª edição do Natal Ecológico não contará com cerimônia de abertura, apresentações artísticas, passeio de Maria Fumaça e tampouco a presença do Papai Noel.
O centro das atenções será única e exclusivamente as decorações – e, ainda assim, em menor proporção do que em anos anteriores, quando chegaram a reunir mais de 30 mil garrafas pets. A presidente da Associação Boqueirão Legal, Márcia Muccini, explica que os itens de decoração foram repensados para evitar a movimentação intensa de pessoas. Espaços como a casinha e cadeira do Papai Noel e a charrete com as renas natalinas, que costumavam reunir famílias interessadas em tirar fotos, não foram expostos. “Também optamos por decorar só a Praça Miguel Moretti neste ano. A Antônio Moretti, que fica ao lado, não será enfeitada”, esclarece.
A redução alcançou, ainda, o número de voluntários que ajudam na organização. Ao mesmo tempo em que veste a imagem de uma Nossa Senhora Aparecida, a artesã Neri Terezinha Selvão, de 57 anos, conta que na edição atual trabalhou sozinha na recuperação, montagem e distribuição dos enfeites natalinos. “Normalmente, temos mais voluntários, além dos profissionais que são pagos para ajudar em algumas outras coisas, como a iluminação. Como desta vez o evento será menor, não tivemos outros voluntários, mas eu sempre faço questão de participar. Ajudo desde a primeira edição. Para mim, é um trabalho muito gratificante, não tem como colocar em palavras. Não tem uma pessoa que passe por aqui, veja a decoração e não pare para parabenizar. Isso acaricia a alma da gente”, compartilha.
Evento ajuda a manter vivo o espírito natalino
Para a presidente do Boqueirão Legal, apesar das restrições impostas pela pandemia, o evento ainda serve ao propósito de promover o espírito natalino e os princípios ecológicos. “O Natal precisou ser criativo neste ano. Não vamos ter programação e os enfeites foram reaproveitados de anos anteriores. Mas não poderíamos deixar passar em branco. O sentimento de esperança e de olharmos para novos horizontes precisa ser mantido e revigorado. O Natal Ecológico está aqui para isso”, expõe.