Preservação e conhecimento dentro do Museu

Com uma coleção de quase 37 mil peças, o Muzar da UPF é um espaço onde o passado e o futuro dividem atenções

Por
· 2 min de leitura
O Muzar conta hoje com coleções de Zoologia, Botânica, Geologia e Paleontologia (Fotos: Caroline Simor)O Muzar conta hoje com coleções de Zoologia, Botânica, Geologia e Paleontologia (Fotos: Caroline Simor)
O Muzar conta hoje com coleções de Zoologia, Botânica, Geologia e Paleontologia (Fotos: Caroline Simor)
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Até 2019, quase 285 mil visitantes e mais de 525 mil pessoas haviam sido atendidas pelo Museu Zootobânico Augusto Ruschi (Muzar). O espaço, ligado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPF, conta com um acervo de 37 mil peças, contemplando diversas coleções de materiais biológicos e naturais, divididas em didáticas e científicas. Os materiais, para além de contarem a história, auxiliam em pesquisas e no estudo da biodiversidade.

 O Muzar conta hoje com coleções de Zoologia (animais), Botânica (plantas), Geologia (rochas e minerais) e Paleontologia (fósseis). Mas muito mais do que um lugar para guardar e preservar, Museu também é uma ferramenta de pesquisa para acadêmicos dentro da Universidade.

 De acordo com a bióloga responsável, Flávia Biondo, o Muzar possui coleções científicas oriundas das pesquisas realizadas por diversos cursos da UPF, principalmente dos cursos de Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado). “A partir de 2015 as coleções foram ampliando devido à criação da Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCiAmb). Desde o seu princípio, o Muzar realiza esse intercâmbio com instituições de pesquisa, contribuindo com essa importante área”, destaca.

 As coleções chegam até o Muzar de duas formas: doação pela comunidade e por coleta dentro dos projetos de pesquisa, com licença dos órgãos competentes. Entre as mais raras, uma Onça-Pintada (Panthera onca), um fóssil de Mesossauros (Mesosauros)- Pararéptil, o Meteorito Soledade, um bezerro de uma cabeça e dois corpos, nascido em Coxilha/RS, o Urubu-rei (Sarcoramphus papa), oriundo do Museu Paschoal Passa/Rede Marista Conceição, uma Jaguatirica (Leopardus pardalis) e uma Cuíca-d’Água (Chironectes minimus).

 


Catalogação e cuidados

Para cada peça que chega, é feito o registro em livro específico por grupo zoológico ou botânico, onde cada exemplar ou espécime recebe um número. Flávia explica que o Muzar possui o Programa de Segurança, com cuidados desde a entrada do material biológico, a documentação, a conservação, o acesso e o empréstimo. Fatores que contribuem para a conservação do acervo. “Os cuidados específicos de conservação vão do controle no manuseio do material, temperatura, umidade e luz ao acesso e por câmera de monitoramento”, observa.

 De acordo com a bióloga, o acervo do Muzar é formado por diferentes coleções que são salvaguardados materiais biológicos ou naturais para diferentes funções. As coleções científicas, a maior parte do acervo, estão disponíveis para pesquisadores da UPF ou de outras instituições que realizam pesquisa. As coleções didáticas são disponibilizadas para exposições, ações educativas (oficinas, aulas práticas) e empréstimo para atividades educativas de escolas, acadêmicos, entre outros.

 Curiosidade: a coleção mais numerosa é a do Herbário (RSPF) com 14.765 plantas.

 

Pesquisa e preservação

O Muzar, como um museu de ciências naturais, tem por objetivo manter coleções representativas do patrimônio natural, colaborando na formação técnico-científica de acadêmicos, profissionais da área e integrando o conhecimento com a comunidade.

 Ao manter essas coleções, ele possibilita a pesquisa sobre a biodiversidade, o que leva ao conhecimento de suas especificidades e o entendimento de sua importância para a manutenção dos ecossistemas e a relação com a humanidade. “Por meio da educação não formal, troca conhecimento com a comunidade e contribui na conservação da biodiversidade. Pelos estudos das coleções científicas, ainda é possível identificar novas espécies ainda não catalogadas”, relata Flávia, relembrando os typus (testemunhas) Aristida riograndensis Severo & Boldrini, 1982, Micrurus silviae Di-Bernardo, Borges-Martins & Silva, 2007, Atractus thalesdelemai Passos, Fernandes & Zanella, 2005 e Callianthe flava Grings, 2019.

 

Alguns números:

Aracnídeos – 510

Crustáceos – 28

Mamíferos – 175

Moluscos – 712

Peixes – 4692

Anfíbios – 3404

Serpentes – 1841

Lagartos – 144

Lepidópteros Urticantes – 821

Lonomia obliqua – 1452

Aves – 333

Rochas e minerais - 385


Gostou? Compartilhe