Desde o início do isolamento social, imposto pelo novo coronavírus, ainda no mês de março, a Comissão dos Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) promove reuniões que abordam diversas temáticas relacionadas ao contexto da pandemia. Desde então, já foram realizadas 30 edições dos encontros, que contaram com associados da Comissão e convidados do Brasil inteiro. Com isso, neste sábado (12), a entidade realizará o lançamento de um livro, que reúne textos a respeito dos temas debatidos durante as reuniões.
A publicação, que conta com 120 páginas, apresentará dez textos, escritos por associados da Comissão. O livro, intitulado “Direitos humanos em travessia: ensaios a partir de diálogos no contexto da Covid-19”, será distribuído gratuitamente através do site da entidade. Dentre os principais assuntos retratados na obra, estão temas vinculados ao pós-pandemia, reflexões sobre ética e ciência, espiritualidade, educação, vida das mulheres, dentre outros. “Nossa expectativa é oferecer à comunidade um subsídio para que ela encontre material para que possa se inspirar, levantar temas de debate e encontrar elementos para colaborar nisso que a gente está chamando de travessia”, salienta o coordenador-geral da CDHPF, Paulo Carbonari.
O termo “travessia”, segundo Carbonari, é uma inspiração à expressão utilizada pelo escritor Guimarães Rosa, em sua obra Grande Sertão: Veredas. “Ele diz que o real se põe no meio da travessia, então essa ideia de que estamos em um momento em que não sabemos direito o que acontecerá depois, no meio de uma travessia”, diz.
Direitos Humanos
As preocupações levantadas no livro ganham ainda mais importância considerando a semana em que a obra será lançada. Nesta quinta-feira (10), é celebrado o 72º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948. “Todo ano a gente lembrar disso significa lembrar a sociedade que todos nós somos seres com direitos e que infelizmente ainda muitos seres humanos não estão vivendo os direitos humanos”, indica Paulo. Ele ainda aponta que no contexto da pandemia da Covid-19 e a crise global que ela gerou em todo o mundo, essas violações são ainda mais graves. “Em razão da desigualdade, racismo. No Brasil, por exemplo, já tem dados mostrando que quem morre mais de coronavírus são os mais pobres e negros. Isso é uma expressão pura do que significa ainda estarmos longe de realizarmos os direitos humanos”, expressa Carbonari.
Acesse o livro: cdhpf.org.br