Incidência do mosquito Aedes aegypti passa de 0,5% para 1,3% em Passo Fundo

Novo levantamento mostra que, em cerca de um mês, índice de infestação pelo mosquito praticamente triplicou no município

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(Foto: Gerson Lopes/Arquivo ON)(Foto: Gerson Lopes/Arquivo ON)
(Foto: Gerson Lopes/Arquivo ON)
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O crescimento na incidência do mosquito Aedes Aegypti em Passo Fundo voltou a colocar o município no patamar de risco médio para epidemia de dengue. De acordo com o novo Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes Aegypti (LIRAa), realizado pelo Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano, Passo Fundo apresenta um índice de 1,3% de infestação do mosquito transmissor da doença. O número é quase três vezes maior que o detectado no balanço do mês de outubro, quando o município apresentou indicador de 0,5% para a presença do mosquito em residências locais.

Apesar de expressivo, o salto no índice não surpreende, de acordo com a chefe do núcleo, Ivânia Silvestrin. “O risco médio para epidemia de dengue já era esperado com base nas nossas experiências em anos anteriores. Historicamente, essa fase de novembro até final de abril costuma ter infestação bastante elevada do mosquito”, esclarece. Ela alerta, ainda, que a tendência é de que a infestação continue crescendo nos primeiros meses do ano. O apontamento pode ser observado em dados referentes a março de 2019, quando, a cada 100 casas visitadas pelas equipes da vigilância, 4,3 tinham a presença do mosquito – devido à pandemia, a realização do LIRAa foi suspensa no início deste ano e, por isso, o órgão não possui dados relativos ao primeiro semestre de 2020.

Os fatores que contribuem para o quadro, ainda segundo Ivânia, incluem a ocorrência de chuvas frequentes e as altas temperaturas, características típicas do período, que criam um ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti. Em paralelo, a falta de conscientização por parte da população agrava ainda mais o problema. “Deste último levantamento de infestação que fizemos, posso dizer que o maior problema em termos de depósito de água são os vasinhos e pratinhos de plantas nas residências. A população não aderiu a esse cuidado”, lamenta.

A realização do LIRAa segue uma metodologia própria, elaborada pelo Ministério da Saúde, que determina o sorteio de quarteirões, dentro de cada bairro, a serem visitados e vistoriados pelos agentes de combate à endemia. A cada quarteirão sorteado, cerca de 20% dos imóveis são verificados a fim de observar se existe ou não a presença de larvas do mosquito. Dentro desta metodologia, no último levantamento, os bairros que apresentaram os dez maiores focos de Aedes aegypti em Passo Fundo, por ordem de incidência, foram: Vila Luíza, Lucas Araújo, Santa Marta, Planaltina, Victor Issler, Integração, Morada do Horizonte, São José, Petrópolis e São Cristóvão. Embora essas localidades estejam evidenciadas como as de maior índice de infestação no município, Ivânia Silvestrin ressalta que há presença do mosquito em todos os bairros.


Oito casos positivos de dengue

De acordo com o Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, neste ano, Passo Fundo registrou oito casos positivos de dengue. Destes, quatro são denominados casos autóctones, por terem sido contraídos dentro do município – duas das contaminações aconteceram na Vila Luiza, uma no Boqueirão e uma na Vera Cruz. Os outros quatro casos confirmados da doença foram importados de Sarandi, Espumoso, Brasília e Mato Grosso. “No ano passado, tivemos dois casos. Um deles foi autóctone e o outro foi importado do Mato Grosso”, resgata Ivânia.

A chefe do núcleo salienta ainda que, em consequência à tendência de crescimento no índice de infestação do Aedes aegypti, a perspectiva é de que mais casos autóctones da dengue possam ser registrados em Passo Fundo nos primeiros meses do ano. O mesmo vale para casos importados. “É uma época em que, mesmo com coronavírus, as pessoas saem de férias e se deslocam para locais com maior risco de contágio da dengue. Isso aumenta a nossa preocupação”.

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