Ao longo de 2019, 2.799 bebês foram registrados em Passo Fundo. A maioria, 1449, era meninos. Esse é o número mais baixo de nascimentos na cidade desde 2014, quando nasceram 2.932 crianças na cidade. “Em função do controle de natalidade e da inserção da mulher no mercado de trabalho”, pondera o coordenador regional do IBGE, Jorge Benhur Bilhar. A redução em relação ao ano passado é inferior a 2% e a média é de 1,8 filhos por mulher em Passo Fundo, uma taxa considerada de “primeiro mundo”. Algumas décadas atrás o índice chegava a seis filhos por mulher nos anos 1980, de acordo com Bilhar. A faixa etária das mães também mudou. Mais mulheres de 30 até 40 anos estão tendo filhos.
Os dados são da Pesquisa Estatísticas do Registro Civil do IBGE, divulgada na última semana. Além de nascimentos, a pesquisa apresenta dados sobre casamentos, divórcios, óbitos e outros indicadores.
Casamento
O número de casamentos na cidade caiu 18,1% em comparação a 2013, quando a cidade teve 807 matrimônios. Em 2019 foram 661 casamentos, a grande maioria entre parceiros do sexo oposto. “Nas periferias hoje existem muitas uniões estáveis, o que acontece também em todas as classes sociais”, ressalta Bilhar.
Apenas três casamentos foram registrados entre dois homens e quatro entre duas mulheres. Após crescer para dez em 2018, o casamento homossexual caiu para sete em 2019. “Eu creio que é em função da legalidade, há um número bastante grande de uniões de fato, só não é oficializado. Muita gente ignora, o importante é a convivência”, analisa Bilhar. Com a pandemia, a expectativa é de que os casamentos sigam caindo em 2020. “O desafio vai ser 2020, se vai ter aumento ou não, a tendência é para a queda, já que a justiça as vezes também demora”, diz Bilhar, em relação aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Divórcio
O “felizes para sempre” dura em torno de 17 anos em Passo Fundo. A cidade teve 239 divórcios ao longo do último ano, o menor número nos últimos dez anos. Os casamentos com 26 anos ou mais tem a maior taxa de divóricio na cidade.
Óbitos
O número de mortes cresceu 7% na cidade, para 1.485. No entanto, as mortes violentas caíram 9%, para 101. “Em função da própria questão de segurança, há um controle, houve uma redução. Isso vai dizer em 2020 o que está acontecendo”, analisa Bilhar. A grande maioria das mortes violentas ocorreu entre homens, foram 82 ao longo do ano, enquanto 19 mulheres morreram de forma violenta. A diferença é a menor entre os óbitos naturais, foram 698 homens e 685 mulheres.
A pandemia também gera uma expectativa para os dados sobre óbitos de 2020, que serão publicados ano que vem.