BARRAGEM DA FAZENDA: Nível baixo mesmo com transposição antecipada

Estiagem que se prolonga nos últimos meses já acumula um déficit hídrico de 652,5 mm

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Luciano Breitkreitz/ON Luciano Breitkreitz/ON
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Com um período de estiagem que vem se prolongando desde julho do ano passado, cujo déficit hídrico já chega a 652,5mm no acumulado dos últimos oito meses, a Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) antecipou a transposição de água na Barragem da Fazenda para manter o nível do manancial e evitar, assim, medidas de racionamento.

O sistema, que geralmente é acionado nos meses de março, abril e maio, está em funcionamento há mais de 60 dias para suprir a demanda de água corrente utilizada no abastecimento urbano e na agricultura. Mesmo com o operativo de transferência do recurso natural do Rio Jacuí para a Barragem da Fazenda, o vertedouro está a 1,5 metros abaixo do nível máximo, segundo destacou o superintendente regional da Corsan, Aldomir Antônio Santi. “A Barragem do Miranda está se conservando com essas pequenas chuvas. Se a estiagem for confirmada para este verão, teremos sérias dificuldades”, avaliou.

Além da preocupação em manter o volume de água nos mananciais que abastecem o município, Santi pondera que a escassez hídrica está afetando as localidades providas por poços, como São João da Urtiga, Barão de Cotegipe e Aratiba. Nessas áreas, já auxiliadas por caminhão-pipa, as equipes da Corsan trabalham na perfuração de novos poços de reserva e em obras para conter vazamentos, conforme mencionou o superintendente. “Os poços estão reduzindo a vazão e secando”, destacou. “As pessoas estão mais em casa por causa da pandemia e isso aumenta o consumo. O pouquinho que cada um conseguir economizar, no final, fará uma grande diferença”, recomenda o Santi sobre o uso prudente e moderado da água.

La Niña

Ainda sob efeitos do fenômeno La Niña, que deve influenciar o nível de chuvas e temperaturas do ar, os 30mm de precipitação previstos para os quatro primeiros dias deste ano não se confirmaram. O Boletim do Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), no entanto, prevê uma incidência pluvial um pouco acima do padrão climatológico para todo o território gaúcho no mês de janeiro. Em fevereiro, as chuvas irregulares retornam ao Estado e se mantêm até o mês de março.

Essa previsão de precipitação pluvial na média ou ligeiramente acima da média no primeiro trimestre de 2021 não significa, contudo, que eventuais períodos de estiagem não devam ocorrer, segundo projeta o centro de monitoramento meteorológico. “É importante considerar que o prognóstico de temperaturas acima da média indica aumento da demanda evaporativa da atmosfera e consequentemente aumento da demanda hídrica das culturas”, indica o Copaaergs. Segundo o observatório do tempo, é provável que os passo-fundenses amanheçam, na terça-feira (5), sob chuva. A alta probabilidade de precipitação segue até a próxima segunda-feira (11) acompanhada por temperaturas elevadas que devem ultrapassar os 28°C.

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