Trabalhadores adotam estado de greve por negociação salarial

Categoria tenta mediação junto ao Tribunal Regional do Trabalho para evitar paralisação das atividades

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Os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo (Codepas) decidiram, na segunda-feira (11), aderir ao estado de greve enquanto a categoria não chegar a um acordo com o Poder Público Municipal pelo reajuste salarial reivindicado desde 2019, cuja data-base venceu em abril do ano passado.

As negociações para a correção dos valores pagos aos cerca de 200 funcionários municipais que atuam nas linhas do transporte público coletivo, na fiscalização dos estacionamentos rotativos e na coleta de resíduos dos contêineres ficaram estagnadas em função da crise sanitária provocada pelo coronavírus. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Passo Fundo (Sindiurb), Miguel Valdir do Santos, a revisão das condições de trabalho definidas nas convenções foi retomada no final de novembro. “Fizemos quatro reuniões e não tivemos avanço. A categoria pediu o INPC [Índice de preços no consumidor, que é usado para acompanhar tendências de inflação] mais 5% só que a Codepas insiste em querer pagar somente na forma de abono a partir do mês de dezembro”, justificou.

O entrave na mesa de negociação entre a classe trabalhadora e a patronal será, agora, levada a instâncias superiores. Isso porque, entre esta terça (12) e quarta-feira (13), os dirigentes sindicais irão solicitar mediação ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) para que seja possível firmar um acordo e afastar a possibilidade de paralisação dos serviços na cidade. “Isso pode afetar muito a comunidade, já que a Codepas recolhe o lixo no Centro, tem os monitores e os ônibus, mas estamos tentando buscar alternativas para evitar uma greve, que seria prejudicial para todo mundo”, pontuou Santos.


O que diz a Codepas

Por meio de nota enviada no início da tarde de segunda-feira (11), a Codepas afirmou que a empresa analisou todas as possibilidades e vem buscando alternativas para apresentar uma proposta que possa atender as demandas reivindicadas pelo sindicato que representa os funcionários. “Infelizmente, há incertezas no cenário econômico e aguardamos os reflexos da pandemia, tendo concentrado todos os esforços durante este período para cumprir com os compromissos financeiros, priorizando e efetuando em dia os pagamentos dos salários, férias, décimo terceiro e demais encargos trabalhistas”, destaca o documento assinado pelo diretor presidente, Aislan de Andrade Freitas.

Segundo a Codepas, todas as operações da companhia foram afetadas pelo agravamento da crise econômica durante a pandemia e tiveram uma redução de até 80% nas receitas da empresa pública, cujos reflexos estão na diminuição do número de passageiros diários que utilizam os coletivos urbanos, na coleta de resíduos e estacionamento pago no município. Por isso, a empresa ofertou a manutenção do INPC para a próxima negociação data-base para abril, a retroatividade de 3,31% referente ao INPC do ticket alimentação para os 9 meses já decorridos e o pagamento de 3,31% com base no INPC de 5 meses a título de abono para o período.

A advertência de greve não afeta, contudo, a circulação da frota de transporte que opera normalmente durante a conciliação. 


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