O crescimento populacional e o avanço das áreas urbanas trazem inúmeros desafios à gestão das cidades. Junto a isso, a adoção de tecnologias da informação e comunicação se tornou crucial para garantir maior eficácia no atendimento às demandas dos cidadãos.
No entanto, mais do que coletar e gerenciar dados para fins de tomada de decisão, torna-se cada vez mais necessário que a gestão das cidades esteja centrada nas pessoas. É nesse contexto que surge o conceito de cidades responsivas (responsive cities).
Se as cidades inteligentes (smart cities) surgiram a partir das necessidades de uma sociedade amparada na tecnologia para gestão dos sistemas e serviços públicos, pode-se dizer que as cidades responsivas estão um ou mais passos à frente dessas.
“As cidades responsivas vêm como uma evolução das cidades inteligentes. São cidades que trabalham de forma mais autônoma, na qual o próprio cidadão é responsável por produzir os dados que irão produzir novos padrões e que serão capazes de gerar inteligência na cidade”, esclarece a arquiteta, fundadora da Escola Livre de Arquitetura e professora da IMED, Luciana Fonseca.
O conceito, portanto, ressignifica a contribuição do cidadão na vida e na gestão das cidades, como explica Rodrigo Rocha, sócio da OSPA, escritório de arquitetura, engenharia e tecnologia.
“Cidades responsivas estão mais ligadas ao agir direto com o indivíduo. Por exemplo, as smart cities acontecem em vários níveis - desde na disponibilidade de dados digitais até decisões mais estratégicas de governo, como na coleta de lixo e na identificação de vazamentos de água -, mas as pessoas realmente não veem essa ação no dia a dia. Em uma cidade responsiva, o usuário final, que é a pessoa, já tem uma resposta individual e de imediato”, relata.
Impactos e desafios
Ao contrário do que acontece nas smart cities, onde a gestão pública realiza a coleta, armazenamento de dados e tomada de decisão, nas cidades responsivas a ação começa pelas pessoas, por meio da geração de dados e de informações compartilhadas, que irão revelar aos governos as demandas em tempo real. Neste cenário, via de regra, embora a informação parta do indivíduo, o planejamento e projeto das cidades ganha uma conotação coletiva.
Como resultado, não há receita de bolo e nem case de sucesso. Isso significa que não existe uma cidade responsiva, mas sim diferentes níveis para avaliar em que estágio deste caminho uma cidade se encontra, conforme observam Luciana e Rodrigo.
Ao utilizar um sistema de transporte que indica o melhor caminho e modal - trem, ônibus, carro ou bicicleta -, por exemplo, com base em informações enviadas pelos próprios usuários, uma cidade está respondendo a uma demanda, a partir de dados coletados em tempo real, o que a torna mais qualificada no caminho para ser responsiva.
Ao mesmo tempo, a interação com soluções baseadas em tecnologias como Big Data, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, dentre outras, levam a sociedade a exigir respostas cada vez mais rápidas e eficazes às suas necessidades.
São mudanças que trazem impactos significados no modus operandi das cidades e colocam arquitetos, urbanistas, engenheiros, gestores, empreendedores da construção civil e cientistas da computação diante de novos desafios.
“Quando se tem informações para planejar em tempo real em um cenário em constante transformação, o desafio passa a ser justamente executar os planos na mesma velocidade em que as informações são recebidas”, pontua Luciana.
Explorando caminhos
É a partir desse cenário que IMED, Escola Livre de Arquitetura (ELA) e OSPA uniram-se na criação do MBA Cidades Responsivas. Com a proposta de capacitar profissionais de diferentes áreas da construção para trabalhar alinhados a esse conceito em ascensão, o curso trará um corpo docente multidisciplinar, incluindo profissionais ativos no mercado e pesquisadores internacionais.
“O MBA mistura estudos acadêmicos de ponta e também ações práticas, inclusive ferramentas que podem ser usadas para manipulação desses dados. O que a gente quer, justamente, é descortinar essa possibilidade de continuar a planejar, a trabalhar, a projetar em cidades que são alimentadas por dados do usuário”, explica Luciana, que também é coordenadora acadêmica do MBA.
Com início previsto para maio e vagas limitadas, o curso possui carga horária de 360 horas e terá aulas realizadas online e ao vivo, além de evento presencial final. Entre os destaques do conteúdo programático, está o compartilhamento de experiências inovadoras no mercado das "citytechs".
Para conhecer mais sobre o MBA Cidades Responsivas, acesse www.ospa.com.br/mba-cidades-responsivas. Em caso de dúvida, contate a IMED pelo WhatsApp (51) 98939-5181.