Dando continuidade ao processo de melhorias referentes à produção de alimentos para a nutrição dos bovinos de leite no Tambo Experimental do Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro) da Universidade de Passo Fundo (UPF), conduzido em parceria com a Laticínios Stefanello, no dia 8 de março foi realizada no local a colheita do milho silagem para a safra 2020/2021. A atividade também contou com o envolvimento de outras empresas, como Nutritambo, Rasera, AGCO e Yara Fertilizantes.
O plantio e os tratos culturais foram todos feitos pela equipe da Laticínios Stefanello e a colheita por uma equipe especializada nesse processo, que utilizou equipamentos modernos, garantindo, dessa forma, partículas no tamanho correto tanto da forragem, como do grão do milho. A ação iniciou no planejamento forrageiro, em que foram definidos quais os insumos que seriam utilizados, bem como quais os processos de melhorias no solo que seriam necessários e quais tratos culturais deveriam ser prioritários para alcançar altas produtividades.
Já para a adubação, utilizou-se o fertilizante Yaramila, fornecido pela empresa Yara Fertilizantes, parceira da Instituição que contribui para a alta produtividade da silagem. Por sua vez, o milho usado foi o KWS 9606 VIP3. De acordo com o consultor da Nutritambro, Deomir Martini, a escolha foi feita por vários fatores, entre eles a alta tolerância ao complexo do enfezamento causado pela cigarrinha; o material VIP3, que deu segurança em relação ao ataque de lagartas; a qualidade bromatológica do material; o alto teto produtivo; a profundidade de grão, que facilita o processamento; e a tolerância ao estresse hídrico.
Parceria é considerada sucesso
O projeto realizado em conjunto entre a UPF e empresas, como a Laticínios Stefanello, está sendo considerado um sucesso. Segundo o coordenador do Cepagro, professor Dr. Fernando Pilotto, nas ações foi aliada toda a estrutura física existente no Tambo Experimental, com animais de genética superior a um trabalho com planejamento e acompanhamento de pessoas especializadas no assunto. “O trabalho é feito em parceria com a Stefanello, que é a responsável pelo setor de Bovinos de Leite do Cepagro, e a Nutritambo, que conduziu os trabalhos desde a preparação do solo até a colheita da silagem. Foi produzida uma silagem de alta qualidade, na qual o alimento será disponibilizado para as vacas do Centro”, destacou.
Ainda, de acordo com o docente, o que tinha de melhor em tecnologia na produção de silagem foi utilizado, tanto em máquinas, quanto em insumos.
O coordenador e supervisor do projeto, Adão Castro, ressalta que após um ano de muito trabalho e com o auxílio das parcerias está sendo possível organizar todo o processo, que vai desde o planejamento forrageiro até a alta produtividade da área de terra, bem como dos animais que estão produzindo no Tambo. “Temos muito a melhorar ainda, mas estamos no caminho certo”, disse.
Segundo Martini, as escolhas para o trabalho foram as mais perfeitas possíveis. “Tivemos um período de estiagem muito prolongado, com o ataque severo de cigarrinha, e lavouras na região de Passo Fundo com perdas superiores a 40% causadas pelo tombamento. Além disso, o milho K9606 VIP3 sem aplicação de inseticida para controle da cigarrinha não teve problemas com o complexo de enfezamento, que foi depois da estiagem o maior problema ocorrido nas lavouras de milho nesta última safra”, contou, mencionando que a produção foi de 51.111 kg por há, com uma matéria seca de 37%, o que, considerando o ano seco e o ataque de cigarrinha, esta produtividade superou todas as expectativas.
Conforme o médico veterinário Maicon Silvestrin, que formula a dieta no Tambo Experimental, com a silagem será possível melhorar ainda mais a produtividade do plantel. “No último ano, não foi possível produzir a melhor silagem, mas agora seguimos todos os passos que os parceiros nos orientaram (Nutritambo e Yara) e fizemos uma silagem com qualidade acima da média, sendo possível diminuir o custo de produção. Com esta experiência positiva na safra estamos repetindo todo o processo para a safrinha”, pontua.