Com o objetivo de garantir a saúde dos animais e a precisão dos diagnósticos, as análises laboratoriais são grandes aliadas na clínica médica e cirúrgica, para identificação de diversas patologias que acometem os animais. Atuando de forma pioneira na região norte do Rio Grande do Sul, o Laboratório de Patologia Animal (LPA) da Universidade de Passo Fundo (UPF) dá suporte para as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) da UPF, incluindo o Hospital Veterinário da Universidade.
O Laboratório presta serviços a clínicas veterinárias, assim como a médicos veterinários e produtores de toda a região norte do estado. “Realizamos necropsias em animais de companhia, animais de produção e animais silvestres; exames histopatológicos, provenientes de órgãos coletados em necropsias, em abatedouros, e de biópsias, incluindo avaliação de margem cirúrgica, e, ainda, exames toxicológicos”, relata a responsável pelo LPA, professora Dra. Adriana Costa da Motta.
Para o diretor da FAMV, professor Dr. Eraldo Zanella, os serviços do Laboratório são fundamentais para o diagnóstico seguro. “O médico veterinário realiza a necropsia no animal que veio a óbito, para proceder com uma avaliação minuciosa de todos os tecidos e órgãos. Ao mesmo tempo em que faz a coleta de amostras, ou seja, de tecidos, para encaminhar para análises laboratoriais, como exemplo a histopatologia, cultura, antibiograma, sorologia, entre outros. O Laboratório de Patologia avalia possíveis lesões causadas por determinados agentes biológicos, como vírus, bactérias, parasitas; ou físicos, como trauma e perfurações. Esse diagnóstico pode ser de indivíduo, ou muitas vezes de uma população”, explica.
Conforme Zanella, o LPA também recebe amostras coletadas de animais vivos, biópsias, que auxiliam o médico veterinário a definir o melhor tratamento, a partir do diagnóstico preciso, para aquela alteração, como um tumor.
Formação acadêmica
Para os acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da UPF, o Laboratório atua no sentido de possibilitar uma formação mais completa, demonstrando para os estudantes como se realiza a necropsia e a coleta de amostras de diferentes espécies e diferentes órgãos para determinadas finalidades laboratoriais. “Uma coleta bem-feita e de forma correta auxilia e muito para chegar a um diagnóstico preciso. Desta forma, quanto mais os acadêmicos praticarem, melhor para a prática profissional e consequentemente para a sanidade dos animais, e em casos de zoonoses, também para os humanos”, finalizou o professor Zanella.
O LPA ao longo de sua história já formou diversos especialistas em Patologia Veterinária por meio do Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária. Para a médica veterinária Thaisi Piazza, que recentemente concluiu a Residência, participar da rotina diagnóstica fez muita diferença em sua formação profissional.
Em anexo ao LPA, existe uma coleção viva de plantas tóxicas, que auxilia na formação dos acadêmicos.
Excelência das análises
O administrador do Hospital Veterinário da UPF, André Ricardo Souto de Araújo, destaca que além de oferecer estágios a estudantes de graduação, prática profissionalizante a médicos veterinários por meio do Programa de Residência Integrada em Medicina Veterinária e do Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação (Mestrado e Doutorado) da FAMV, o LPA dá um excelente suporte para atuação do hospital. “Para o HV, a área da patologia veterinária está entre as áreas que são indispensáveis para a resolução de casos clínicos e garantir a saúde dos animais e também dos seres humanos em relação às zoonoses. Com o objetivo de encontrar a causa da doença e suas consequências, assim sendo possível prever diagnósticos e chegar ao possível tratamento de forma eficaz”, disse.
Serviços
O LPA realiza os serviços de necropsias de animais domésticos e silvestres, exames histopatológicos de órgãos e biópsias e exames toxicológicos, incluindo diagnóstico de intoxicação por plantas.
Para a excelência do desempenho das análises, todas as amostras encaminhadas para o Laboratório devem ser acompanhadas de histórico clínico completo, dos achados de necropsia (quando realizada por médico veterinário externo), e das informações referentes ao proprietário da amostra ou médico veterinário responsável pelo encaminhamento. “Muitas vezes, a análise e o diagnóstico dependerão, diretamente, da riqueza das informações repassadas por meio do histórico clínico”, destaca a professora Adriana.
Preparo para análises:
Cadáver: deve ser encaminhado fresco ou refrigerado preferencialmente logo após a morte;
Órgãos: devem ser encaminhados refrigerados ou em fragmentos de cerca de 2x1 cm ou 1 a 3 cm em formol 10%, de preferência tamponado, (proporção de 1:20 ou no mínimo de 1:10) sendo coletados de áreas com e sem lesão, preferencialmente logo após a necropsia. Em caso de peças cirúrgicas, recomenda-se enviar a peça em sua conformação original para realização de exame macroscópico no LPA seguido do histopatológico.
Biópsia: deve ser encaminhada em formol 10%, de preferência tamponado (proporção de 1:20 ou no mínimo de 1:10) ou refrigerada, preferencialmente em sua conformação original.
Biópsia com avaliação de margens cirúrgicas: deverá ser realizada a marcação dos bordos do tecido pelo cirurgião para que posteriormente possa ocorrer a identificação pelo patologista. A solicitação de avaliação de margem deve ser indicada na requisição, conforme segue: 0 ponto (nenhuma sutura): cranial; 1 ponto (uma sutura): caudal; 2 pontos (duas suturas): direita e 3 pontos (três suturas): esquerda.
Grupo de Estudo em Patologia e Toxicologia Veterinária
O Grupo de Estudo em Patologia e Toxicologia Veterinária (GepatoxVet-UPF) foi criado em outubro do ano passado com o objetivo de oferecer aos estudantes e profissionais da área a oportunidade de encontros semanais para atualização e discussão de temas em patologia e toxicologia veterinária, por meio de seminários, palestras e discussão de casos desafiadores no contexto clínico-patológico. Oportunizando palestras com profissionais renomados nas áreas de Patologia e Toxicologia Veterinária, além dos limites físicos da Universidade.
Conforme a coordenadora do Grupo, a professora Dra. Adriana Costa da Motta, o Grupo se destaca pela importância do ensino, da pesquisa e da extensão no serviço de diagnóstico realizado no Laboratório de Patologia Animal, promovendo troca de experiências e oportunizando agregar conhecimento à formação em medicina veterinária. Mais informações sobre o Grupo podem ser obtidas no Instagram @gepatox.upf