Empresários e trabalhadores do setor de eventos participaram da carreata SOS Eventos, realizada hoje (26) à tarde, em Passo Fundo. Eles se concentraram no trevo da Caravela e partiram pela avenida Brasil, até a prefeitura municipal, puxado por um carro de som. Com cartazes, faixas e balões pretos, a intenção da categoria é chamar a atenção das autoridades em razão dos prejuízos provocados durante a pandemia.
“Por trás de um evento existe uma das maiores indústrias do país”, dizia um dos cartazes. O auxílio emergencial proposto e sancionado pelo governo do estado, que contempla trabalhadores do setor, recebeu críticas durante a manifestação. “O setor de eventos não precisa de esmola. Nós queremos é voltar a trabalhar”, protestavam. De acordo com o setor, o auxílio é insuficiente e está demorando. “Ninguém precisa para daqui a 150 dias, quando você precisa de ajuda é de um dia para outro”, disse Luciano Lourenço de Medeiros, proprietário de uma casa noturna. Na data da sanção, em 12 de abril, o governo divulgou a previsão de lançar uma plataforma para cadastro e pagamentos. “Nos próximos dias, um decreto será publicado para regulamentar a maneira como o pagamento do auxílio será feito. A previsão é de que os valores comecem a ser repassados aos beneficiários em até 30 dias”, dizia o comunicado. A plataforma, no entanto, ainda não foi lançada.
“Estamos precisando reabrir, temos que ter a dignidade de pagar as nossas contas, pelo menos o básico. Estamos vivendo de financiamento, isso não é justo”, destacou a empresária Cristiane Amaro. A categoria diz que as responsabilidades se dividem entre os governos e que a bandeira preta é determinada pelo governo estadual, mas chama a atenção para algumas pautas. “Tem algumas coisas que o governo municipal pode sim fazer antes da reabertura”, destacou Evandro Silva, outro representante da categoria. Entre as ações propostas está um auxílio no molde daquele que foi oferecido às escolas infantis e ajustes na fiscalização.
O setor considera que a volta dos eventos seria segura, mesmo com o estado ainda em bandeira preta, determinada pela salvaguarda que calcula a relação entre leitos de UTI livres e ocupados por pacientes de Covid-19. “Defendemos que volte os eventos, mas com todos os cuidados. É muito melhor ter um evento que possa fiscalizar do que um que você não consiga controlar”, afirma Evandro. Eles também afirmam que a culpa da contaminação não é do setor, que se manteve fechado por vários meses.
Auxílio
“O mínimo que a gente espera é uma posição, se a gente não pode trabalhar a gente precisa de um auxílio, uma ajuda”, disse uma participante da carreata, a proprietária de uma loja de roupas de festas, Keli Caroline Odia. Ela conta que está “aguentando firme” para manter suas funcionárias e aponta falta de ações dos governos. “Se a gente não tem um apoio, uma ajuda para pagar nossos funcionários, a gente precisa no mínimo é trabalhar”, disse Keli.
Posicionamento da Prefeitura
A prefeitura de Passo Fundo, através da assessoria de comunicação divulgou nota sobre as tratativas com representantes do setor.
“A Prefeitura de Passo Fundo ressalta que sempre esteve aberta ao diálogo. Nenhum novo pedido de reunião havia sido entregue pelos representantes do setor nos últimos dias.O Município lembrou que, no dia 9 de fevereiro, o prefeito Pedro Almeida esteve reunido com o governador Eduardo Leite e entregou uma carta contendo a manifestação de lideranças do setor de eventos e solicitando atenção com os protocolos sanitários que tornasse possível a retomada gradual de algumas atividades. No documento, os prestadores de serviços destacavam que eventos corporativos e sociais poderiam ser ajustados às regras determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), garantindo não apenas a manutenção de empregos, mas também a geração de novos postos de trabalho”.
Notícia atualizada às 21h13