Se tem algo que está sendo provado já há algum tempo é a força do mercado imobiliário, um setor que na última década enfrentou uma série de turbulências causadas por crises políticas e econômicas, mas que sempre se manteve em pé, à espera de uma grande virada de chave. Esse momento chegou ainda no ano passado, bastante estimulado pelas baixas taxas de juros, condições facilitadas, grande disponibilidade de crédito e, mais do que isso, com uma importante mudança de comportamento do público consumidor. O que pouco se fala, no entanto, é sobre os bastidores desse cenário tão positivo para o mercado imobiliário. Mais do que gerar grandes oportunidades para quem deseja fazer bons negócios, o setor também tem aberto grandes portas no mercado de trabalho.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que a criação de empregos na construção civil teve um aumento de 264% no primeiro trimestre de 2021, indo na contramão da maior taxa de desemprego que o Brasil já enfrentou em sua série histórica. Se em março de 2020 mais de 18 mil postos de trabalho foram perdidos na construção civil, o mesmo mês deste ano registrou mais de 25 mil novos empregos com carteira assinada. De todos os empregos formais gerados no Brasil até agora, neste ano, 14% foram só na construção civil.
Todos esses números possuem um grande significado para o mercado imobiliário que faz parte dessa cadeia produtiva porque provam o clima de otimismo que estamos vivenciando já há algum tempo. As adversidades causadas pela pandemia não foram suficientes para que o segmento deixasse de operar. Muito pelo contrário! Nos últimos meses acompanhamos projetos saindo do papel e sendo rapidamente absorvidos pelo mercado, principalmente aqueles mais alinhados às preferências do consumidor, que hoje busca espaço, liberdade e conforto acima de qualquer coisa. Somente aí a gente percebe um leque muito grande de novas oportunidades de trabalho surgindo, estejam elas ligadas diretamente às obras ou não. Basta imaginar que todo empreendimento lançado depende de uma série de profissionais trabalhando desde a concepção do projeto, produção e transporte de matéria-prima, passando por todas as etapas de construção em si e pela comercialização de suas unidades.
Assim como o lançamento de novos empreendimentos, a busca por imóveis usados também movimenta de forma expressiva o mercado de trabalho. Apesar de não demandar uma mão de obra tão grande, ainda depende de profissionais atuantes em diversas áreas que não somente focados na compra e venda de imóveis. Desde o primeiro atendimento ao cliente até a efetivação dos contratos, são muitos os profissionais que podem trabalhar no mercado imobiliário, seja nas próprias imobiliárias ou até mesmo em instituições financeiras, registros e cartórios.
O mercado imobiliário está em pleno vapor, em um ritmo talvez nunca visto antes. O volume de vendas é grande e a demanda não parece diminuir tão cedo. Mais do que nunca as pessoas estão dispostas a adquirir a própria moradia como forma de investir na segurança de sua família e também em seu patrimônio. Por conhecermos a grande influência que o mercado imobiliário possui sobre outros setores da economia, acredito que mais portas serão abertas nos próximos meses, contribuindo para que o segmento continue se destacando como um grande potencializador da geração de empregos no Brasil.