Dezenas de velas foram acesas no início da noite de hoje (13), para homenagear as 628 vítimas da Covid-19 em Passo Fundo. O ato, na praça do Teixeirinha, centro da cidade, teve organização do Coletivo Passo Fundo Pelo Fora Bolsonaro, formado por aproximadamente 20 entidades, incluindo movimentos sociais, organizações populares e partidos políticos.
A ação faz parte de um calendário nacional de mobilizações. Os participantes foram orientados a usarem máscara, manter o distanciamento e utilizarem álcool em gel. Além de velas, os manifestantes também utilizaram faixas e bandeiras para celebrar a memória das vítimas.
“A gente busca através dessa atividade fazer memória às pessoas que perderam a vida para o coronavírus, mas também denunciar essa política de morte do governo Bolsonaro”, explica a jornalista e mestra em Ciência Política, Vanessa Lazzaretti, representante do 8M - Movimento de Mulheres de Passo Fundo e uma das organizadoras do ato. O coletivo critica o atraso das vacinas e avalia que houve negligência do governo na gestão da pandemia.
Em relação à condução da pandemia em âmbito municipal, o coletivo considera que “em alguns momentos faltou pulso firme do poder executivo municipal para adotar medidas mais drásticas para reduzir a circulação de pessoas'', conforme Vanessa. Ela lembra que foram sugeridas medidas mais restritivas por entidades em diferentes momentos. Em relação ao momento atual, o grupo é contrário a flexibilização das restrições. “A gente ainda está em um momento sério de pandemia, não podemos achar que tudo voltou ao normal e liberar a abertura dos bares, das casas noturnas, achando que tudo voltou ao normal e daqui a pouco os índices voltarem a subir”, explica Vanessa.
“Às vezes não parecem reais”
A professora Daiane Costa, de 25 anos, participou do ato para homenagear três familiares vítimas da Covid-19: um primo de 38 anos, um tio de 84 e o marido da prima, de 47 anos. “Isso abala bastante porque uma pessoa que pega Covid e vai para o hospital, todo esse processo é muito rápido, então choca muito”, relembra Daiane. A família ainda tenta assimilar as perdas. "Às vezes elas não parecem reais”, disse.
Além de lembrar as vítimas, Daiane compareceu no ato para cobrar responsabilização pelas mortes. “Perder meio milhão de pessoas não é algo que deve passar batido, isso é algo que deve ser lembrado, a gente precisa apurar os fatos, ver o que aconteceu, ver se existem responsáveis e existem responsáveis”, disse a professora.