A busca da formação a mais de cinco mil quilômetros de casa

Mestranda do PPGEdu, Elia Maria Uangna saiu de Guiné Bissau, na África, para buscar formação no Brasil. Em Passo Fundo desde 2020, ela escolheu a UPF para seguir o caminho do conhecimento

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 Foto: Camila Guedes/UPF Foto: Camila Guedes/UPF
Foto: Camila Guedes/UPF
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Sair de casa e estudar fora do país sempre foi o desejo de Elia Maria Uangna. Natural de Guiné Bissau, na África, ela veio para o Brasil em 2014, quando passou na seleção para ingressar na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, no Ceará. Com bacharelado em Humanidades e licenciatura em Pedagogia, ela encontrou na Universidade de Passo Fundo (UPF) o lugar para dar sequência à sua formação. Hoje a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação se vê acolhida pela cidade, pela Instituição e faz planos para o futuro.

Elia veio sozinha para enfrentar os desafios de se inserir em uma nova cultura, mas disposta a vivenciar as experiências que seriam apresentadas. Ao concluir a graduação no Ceará, ela ficou na dúvida entre voltar para o seu país ou permanecer no Brasil e buscar novos caminhos. A segunda opção foi a que mais pesou e então ela foi em busca de um outro local onde pudesse aprofundar conhecimentos e ampliar os horizontes. Foi assim que encontrou, por meio de um edital, o Programa de Pós-Graduação em Educação da UPF.

Antes de escolher, a agora mestranda, analisou o corpo docente, as linhas de pesquisa e também fez uma breve pesquisa sobre a cidade. Com a expectativa em mãos, ela decidiu iniciar sua trajetória na Universidade. “Fiquei interessada, me candidatei e consegui a bolsa 100%. Pensei que logo as coisas voltariam ao presencial, mas ainda não tive a oportunidade de interagir com os colegas de forma presencial. Mesmo assim, tem sido uma experiência bastante positiva. Os professores e o meu orientador me incentivam o tempo todo, produzimos muitos e estamos o tempo todo estudando e buscando ampliar os debates sobre diversas temáticas. Minhas expectativas, na verdade, foram superadas”, relata.

 

Desafios e superações pelo conhecimento

Elia lembra que não foi fácil sair de casa e experimentar coisas novas em outro continente, contudo, com o apoio da família e o desejo de aprender, ela sente orgulho das conquistas. “No começo tive um pouco de resistência da minha família, porque estava quase terminando o curso de Turismo em Guiné. Mas aos poucos eles foram compreendendo. Hoje, sete anos depois, estou aqui. Meu pai faleceu em 2017 e não pode ver minhas conquistas, mas minha mãe me apoia mesmo longe, sempre me motivando a continuar firme naquilo em que acredito”, pontua.

De acordo com a estudante, Passo Fundo tem muitas semelhanças com a sua cidade natal. Apesar da diferença nas temperaturas, a preservação ambiental e o verde presente na cidade fizeram ela se sentir em casa. Sobre o futuro, Elia destaca que ainda tem tempo para pensar, mas acredita que ainda há um longo caminho de formação a ser percorrido. “Sempre pensei em ir para o exterior, mas com foco em voltar para o meu país e dar a minha contribuição. Ainda não sei o que o futuro reserva, mas estou pensando que a caminhada acadêmica ainda não terminou. Me senti acolhida pela cidade e aqui encontrei um espaço parecido com a minha cidade. Me senti conectada”, observa.

 

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