A atividade econômica e a posição logística estratégica de Passo Fundo consolidaram o município como a 8ª economia do Rio Grande do Sul, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados contendo todo o valor em bens e serviços gerado na cidade, monitorado anualmente pelo centro de pesquisa, destacam o ensino, a saúde e o agronegócio como eixos de desenvolvimento local.
No ano passado, de 5 a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho era oriundo da produção escoada no município, segundo frisou o economista e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Julcemar Zilli. “Passo Fundo, por ser um polo, acaba atraindo a renda gerada na região”, considerou. A intensa movimentação de pessoas e de mercadorias, prossegue o docente, acaba canalizando no varejo toda a atividade desenvolvida ao longo da cadeia produtiva, responsável por gerar R$ 9,1 milhões de reais.
Em 2019, ano de referência do último levantamento estatístico, o setor varejista respondia por 35,5% da receita municipal, seguido pelo atacado, que concentrava 31,9%, e pela indústria e serviços, ambos com 11%. “A cidade vem se desenvolvendo, também, na área do agronegócio. Pela proximidade e facilidade na obtenção de insumos, acaba sendo outro fator para que as empresas venham para cá”, ressalta Zilli.
Industrialização
Os fatores geográficos de proximidade e acesso às matérias-primas conservados por Passo Fundo arrojam uma atração de investimentos na área industrial. Segundo maior companhia produtora de alimentos do mundo, a JBS deverá injetar 1,7 bilhão em sete fábricas no Rio Grande do Sul, incluindo a filial da empresa em Passo Fundo, até 2023.
Essa expansão de investimentos na industrialização, pontua o economista, é facilitada pela posição que a cidade ocupa na malha logística regional. “Isso acaba sendo um fator importante no custo de produção. Facilita o escoamento da produção e, pelo fato de termos um aeroporto, acaba sendo um ponto onde a mobilidade dos gestores fica mais acessível”, considerou o professor da UPF.
Na série revisada pelo IBGE, o município ocupa a 20ª posição no ranking gaúcho quando considerada a atividade econômica fabril. “Talvez o perfil da cidade não seja industrial, como Caxias do Sul. Mas é de prestação de serviços. Não sei se vamos chegar ao ponto de sermos um expoente na área industrial”, observa Zilli. “Há vários projetos de infraestrutura e plataformas logísticas. Isso tudo atrairia empresas, mas é difícil porque vai depender da própria política de industrialização”, mencionou o economista.
Ao abrigar complexos hospitalares, grandes instituições de ensino e redes de varejo, Passo Fundo se posiciona na 4ª colocação estadual com maior relevância em serviços, conforme aludido por Zilli. “Como a cidade vem crescendo, acaba levando os investidores a identificarem que é uma região com bastante potencial”, salientou o professor.