Quando o primeiro voo nacional, com destino a São Paulo, começou a ser operacionalizado no Aeroporto Lauro Kortz, em 2001, a cidade de Passo Fundo se abriu em definitivo ao país. Junto às rotinas de pousos e decolagens daquele avião da Varig, o primeiro alargamento das cabeceiras e a iluminação da pista precederam os anos de espera pela ampliação do terminal e viabilizaram uma conexão mais rápida entre a cidade e o centro do país.
Os mais de 100 mil passageiros que circulavam anualmente pelo saguão aeroportuário no período pré-pandemia, segundo ilustram os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), fizeram do município um hub de aviação no interior do Rio Grande do Sul. Essa consideração, pontuada pelo ex-deputado federal e ex-secretário de Infraestrutura e Logística durante o governo de Olívio Dutra (PT), Beto Albuquerque (PSB), ajuda a compreender, em parte, a consolidação de Passo Fundo como polo regional em áreas-chave, como saúde, educação e energia renovável. “Passo Fundo sempre foi uma cidade empreendedora, trabalhadora e com muitas oportunidades”, considerou Albuquerque.
Na última década, avaliou o político passo-fundense, a expansão do processo de industrialização da cidade, especialmente nas áreas metalmecânica, e a instalação da BSBios foram “pontos de avanço muito importantes” para o desenvolvimento municipal. “Também conseguimos colocar uma das primeiras plantas de escola de tecnologia federal. Sem dúvida nenhuma produziu uma inteligência e formação de alta qualidade em profissionais de diferentes áreas”, aludiu Albuquerque ao falar sobre o campus do IFSul.
A dinamização e a modernização dos espaços públicos, observadas nos últimos anos, reestruturaram o município em uma política de desenvolvimento socioeconômico, considera Beto. “Se nós somos cidade polo, temos que ter cada vez mais potência, capacidade e inovação em todas as áreas em condições de atender regionalmente”, destacou. “Quando a gente consegue juntar propósito e olhar para a mesma direção, conseguimos realizar muitas coisas”, ressaltou o vice-presidente nacional de Relações Governamentais do PSB.
Cidade jornalizada
Autor da lei que confere ao município o título de Capital Nacional da Literatura, Albuquerque pondera que as Jornadas Literárias também são responsáveis por projetar a cidade ao circuito cultural latino-americano. “Esses símbolos advêm de um trabalho de um ano”, mencionou ao se referir ao esforço conjunto para que Passo Fundo obtivesse o reconhecimento firmado em 2006 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde então, em anos de Jornada, o município abriga complexos de poesia a céu aberto e abriga, sob as lonas no campus I da Universidade de Passo Fundo, a fusão da palavra com o sentimento humano. “A cidade se projetou nacionalmente através da literatura e não pode perder esse marco”, defendeu Beto. “O município reúne uma região em torno de si para prosperar cada vez mais”, destacou.