Espaços privados na avenida Brasil, principal via de Passo Fundo, estão sendo avaliados para receber uma estátua, de aproximadamente seis metros de altura, do presidente Jair Bolsonaro. A notícia, postada pelo advogado e membro do Comitê pela Vida e Liberdade, o advogado Jabs Paim Bandeira, se espalhou pelas redes sociais nesta quinta-feira (12). A revelação do projeto acontece no momento em que integrantes da CPI da Pandemia afirmam ter elementos para o indiciamento de Bolsonaro. A primeira cidade do país a realizar uma homenagem como essa ao atual presidente contabiliza, segundo dados da prefeitura de Passo Fundo, 663 mortes provocadas pela Covid-19. No Rio Grande do Sul, são 303,703 mil óbitos.
Segundo o advogado, a ideia de construir uma estátua do presidente partiu do produtor rural José Volnei Dal’Maso. O passo seguinte foi procurar o artista plástico Jorge Luiz Grigolo. O trabalho iniciou há 60 dias. As despesas do projeto estão sendo custeadas pelo Comitê. O Sindicato Rural também é um dos apoiadores. Conforme Bandeira, ainda não há um levantamento dos valores já investidos por estar ainda em fase desenvolvimento. Como a estrutura é toda em ferro, ele adiantou que algumas empresas devem colaborar com a doação de metal para a estrutura.
Convite para 20 de setembro
“Nossa intenção era fazer uma surpresa para o presidente quando ele viesse a Passo Fundo, mas a história vazou para a imprensa e, provavelmente, quando ele vier para a cidade já saberá da homenagem”, disse Jabs.
O comitê já entregou um convite à assessoria de Bolsonaro para que ele estivesse cumprindo agenda em Passo Fundo no dia 20 de setembro, feriado no Rio Grande do Sul alusivo à Revolução Farroupilha. “Ainda não tivemos uma resposta confirmando a sua vinda, mas há uma grande possibilidade de acontecer” disse.
CPI da Pandemia já fala em indiciamento do presidente
A revelação do projeto acontece no momento em que integrantes da CPI da Pandemia afirmam ter elementos para o indiciamento do presidente Bolsonaro. Segundo o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Bolsonaro poderá ser enquadrado por homicídio qualificado e por “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”, conforme previsto no Código Penal. Ele fez questão de destacar, no entanto, que se trata de uma opinião pessoal e não de um texto para o relatório final da CPI.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que, como relator, considera importante ouvir a sugestão de Randolfe. Segundo o relator, “provavelmente” o presidente Bolsonaro estará enquadrado em algum crime, “para desespero daqueles que acham que a CPI iria acabar em pizza”.