Depois de um ano e oito meses de pandemia, nessa segunda-feira (8), as aulas presenciais obrigatórias foram retomadas em clima tranquilo nas escolas de Educação Básica de Passo Fundo. O retorno às atividades, oficializado em decreto estadual, restabelece a obrigatoriedade da presença física nas atividades com 100% das turmas nas redes públicas e privadas de todo o Rio Grande do Sul, mas ainda autoriza a adoção de sistema de revezamento para as escolas que não puderem assegurar o distanciamento mínimo de um metro entre os alunos. A manutenção do ensino remoto é válida, também, para alunos com comorbidades.
Em Passo Fundo, de acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Educação, neste primeiro momento, duas escolas municipais de Educação Infantil não poderão atender 100% dos alunos diariamente, uma vez que estão passando por melhorias em sua estrutura física. No Ensino Fundamental, até o momento, seis das 35 escolas do município ainda devem fazer escalonamento em algumas turmas para a manutenção do distanciamento mínimo estabelecido pelo Estado. A coordenadora pedagógica de Educação, Angelita Scottá, pontua que todas as instituições da rede estão adaptando os seus espaços físicos dentro do possível para garantir a segurança dos estudantes com o retorno completo.
Já na rede estadual, um levantamento inicial realizado pela 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ª CRE) apontava que, das 38 escolas estaduais instaladas no município, sete precisariam manter o revezamento. No entanto, nessa segunda-feira (8), a pasta visitou os educandários e verificou, em pelo menos dois deles, a possibilidade de retomar as atividades presenciais para 100% dos alunos. “Nosso cálculo era baseado no número de alunos matriculados por turma e o tamanho das salas, mas visitando essas escolas nós vimos que em algumas não é necessário fazer o escalonamento. Primeiro porque há estudantes que apresentaram atestado de comorbidade e continuarão tendo aula de forma remota. Em outros casos, nem todos os alunos matriculados estão frequentando as aulas presenciais. Infelizmente, temos vários casos de evasão escolar”, cita a coordenadora da pasta, Carine Weber.
Educandários ainda realizam adaptações para alcançar 100% de retorno
A 7ª CRE deve continuar visitando, no decorrer da semana, as escolas estaduais que ainda estão em revezamento para estudar alternativas, como o remanejamento de alunos entre turmas, a fim de acomodar todos os estudantes de maneira presencial. Na Escola Estadual de Ensino Médio Alberto Pasqualini, por exemplo, o diretor Elizeu Porto conta que, até o primeiro dia de retorno obrigatório, a instituição acreditava que seria necessário manter o escalonamento das turmas e, por isso, apenas 50% dos alunos haviam sido chamados para frequentar as aulas presenciais nesta semana — a outra metade deveria manter o acompanhamento das atividades remotas, seguindo o modelo híbrido.
Porém, ainda na segunda-feira, uma nova medição da 7ª CRE no tamanho das salas de aula e no número de alunos frequentes por turma atestou a possibilidade de retomada com 100% dos alunos no espaço físico do educandário. “Como nesse primeiro dia havíamos chamado só a metade dos alunos, foi tudo muito tranquilo. Nesta terça-feira vamos chamar todos e deveremos ver melhor como vai ser com todos os alunos de volta e como vai ser a adesão ao presencial”, projeta Elizeu. O diretor também explica que, além do distanciamento de um metro, os alunos estão sendo orientados a manter o uso de máscaras e utilizar álcool em gel. Para evitar aglomeração, o recreio entre turmas segue suspenso.
Educadores consideram retorno positivo
O secretário de Educação, Adriano Canabarro Teixeira, considera a importância do retorno completo para os alunos e professores. “O retorno presencial tem um conjunto de funções. A mais importante é podermos analisar o nosso ano com a sensação de que o ano que vem será diferente, com todos os nossos alunos em sala de aula. Além disso, pedagogicamente, já conseguimos identificar que os alunos que retornam nos dão mais condições de fazer um mapeamento do que foi aprendido ou não, e isso nos ajudará bastante”, destaca.
A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Arlindo de Souza Mattos, Adriana Vanin, também avalia a retomada como positiva. “Estamos bem felizes. O processo está dentro do esperado, pois tudo foi preparado com muito cuidado, pensado em cada detalhe para que o retorno seguisse os protocolos e, ao mesmo tempo, para que os estudantes se sentissem acolhidos e bem-vindos”, considera.
Ao falar sobre como está sendo o processo para as crianças da creche e pré-escola, a diretora da Escola Municipal de Educação Infantil José Antônio Falcão, Regina Terre, descreve como tranquilo, uma vez que os alunos já estavam habituados a estarem na escola com o sistema híbrido. “Conseguimos nos organizar para receber 100% das crianças. Além disso, o ensino presencial é melhor para todos: os professores, as famílias e os próprios alunos, que sentiam falta de estar todos os dias na escola”, enfatiza.