Prefeitura ampliará a compra de produtos da agricultura familiar para as escolas

Ações de fomento ao agronegócio e a produção de alimentos, impulsionadas pela Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, tem o objetivo de aumentar a renda dos pequenos agricultores, elevando o percentual de produtos locais nas compras públicas para a Rede Municipal de Educação

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Foto: Michel SanderiFoto: Michel Sanderi
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Construir parcerias e iniciativas que fomentem a diversificação produtiva nas pequenas propriedades rurais, gerando novas fontes de renda para os agricultores familiares, é um dos objetivos da Prefeitura de Passo Fundo ao estimular, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SMADER), o fortalecimento da cadeia de produção de hortaliças, legumes, frutas e verduras.

Segundo o prefeito, Pedro Almeida, há mercado consumidor e novas oportunidades de expansão para os agricultores familiares. “Trabalhamos, desde o início do ano, em conjunto com o Escritório Municipal da Emater/RS, em um levantamento das potencialidades do nosso meio rural. O Plano de Desenvolvimento Rural, que também integra o nosso programa Acelera Passo Fundo, contempla estas demandas e apresenta perspectivas que vão agregar renda, crescimento e maior volume de comercialização para este segmento, tão importante para a economia local”, defende Pedro.

A partir deste Plano elaborado em conjunto com os técnicos da Emater, explica o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Cristiam Thans, foram pensadas alternativas e projetos que auxiliem os agricultores familiares a diversificarem suas atividades, abrindo espaço para atender a mercados consumidores institucionais, como é o caso da merenda escolar e de outros órgãos públicos que, por lei, precisam adquirir pelo menos 30% dos alimentos oriundos da agricultura familiar. “Nossa intenção é dar condições técnicas e assessoramento para estes agricultores, auxiliando-os nas diversas etapas envolvidas no assunto”, comenta Thans.

Conforme o secretário, uma das motivações para o envolvimento da Secretaria na criação de uma proposta de diversificação da matriz produtiva do interior foi a ausência de volumes de alimentos suficientes para atender a demanda local nas compras públicas feitas pela Rede Municipal de Educação. “As chamadas públicas do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) contaram com cooperativas e agricultores de outros municípios, uma vez que a produção do nosso meio rural não conseguiu atingir o índice previsto em lei. Isso acendeu o nosso alerta sobre a importância de trabalharmos com este foco”, argumenta.


Iniciativas

Thans relata que, nos últimos meses, 16 propriedades rurais de pequenos e médios agricultores foram visitadas pelos técnicos da SMADER e da Emater. “Estes locais somam, em média, 25 hectares cultivados com alimentos, mas o potencial é muito maior. Um levantamento da Emater mostra que é possível ampliar em 70% a capacidade de produção nestes locais visitados”, conta o secretário, afirmando que os agricultores também demonstraram entusiasmo com a medida. “Muitos têm dúvida sobre como ampliar seus mercados e acabam deixando de produzir por receio. Nós podemos construir ações que tragam resultados positivos para todos”.

Através de assistência técnica, auxílio em frentes de trabalho que exijam maquinário, empréstimo de equipamentos e também na formação de mão de obra capacitada, o secretário acredita que nos próximos ciclos de aquisição de alimentos, diversos destes agricultores familiares que manifestaram interesse em ampliar suas áreas destinadas à produção de alimentos já poderão comercializar seus produtos. “O mercado demanda qualidade, preço e entrega em produtos como legumes, hortaliças e frutas. E os nossos produtos têm todas as condições de entregar isso”, enaltece Thans.


“O desafio é ter mercado e conseguir entregar com qualidade”, diz produtor

Um dos produtores com potencial de ampliar a produção de hortaliças em sua propriedade, no distrito de São Roque, é Cleiton Goulart. Aos 27 anos, ele herdou dos pais o gosto pelo trabalho com a agricultura. Junto com o irmão, investiu na criação de aves, mas enxergou na produção de hortaliças e legumes um novo - e amplo - mercado. “Os canteiros de alface, temperos, rúcula e outras hortaliças começou pequeno, mas conseguimos ir aumentando o espaço de plantio e também aperfeiçoando a técnica, adotando em uma das estufas o sistema de hidroponia, que reduz o volume de mão de obra, os custos e também os prejuízos, além de permitir uma produção mais permanente”, conta.

Goulart acredita que é possível ampliar o volume de produção para ingressar em outros mercados e programas, como é o caso do Programa de Aquisição de Alimentos, uma das linhas do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Junto com o sócio, José Marcos Pitol, o agricultor vislumbra um cenário positivo. “Acredito que diversificar a produção é sempre uma boa decisão, Aqui na propriedade, por exemplo, temos o aviário e também os canteiros, que nos garante renda. Entregamos para supermercados, restaurantes, padarias e fruteiras. O desafio é ter mercado e conseguir entregar com qualidade, mas acredito que seja extremamente viável”, analisa, complementando que a propriedade também gera mais de oito empregos diretos e indiretos, beneficiando também outras pessoas.

Na propriedade de Goulart, o sistema de hidroponia para o cultivo de hortaliças trouxe melhorias para a atividade produtiva. “O investimento inicial foi alto, mas acabou se pagando com o tempo. O retorno é bem positivo”, explica ele, comentando que na estufa em que o sistema foi instalado são 36 bancadas alimentadas diuturnamente e com os nutrientes ajustados, gerando uma produção média de 25 mil unidades por ciclo produtivo, que tem a duração de, aproximadamente, 30 dias. “Estamos motivados para ampliar nossa comercialização”.


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