PAPIs do Aeroporto passam por ground check

Técnicos ajustarão os sistemas nas duas cabeceiras para posterior aferição em voo

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PAPI instalado numa cabeceira do Lauro Kortz   - Fotos-Luciano Breitkreitz-ONPAPI instalado numa cabeceira do Lauro Kortz   - Fotos-Luciano Breitkreitz-ON
PAPI instalado numa cabeceira do Lauro Kortz - Fotos-Luciano Breitkreitz-ON
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Cumprindo uma longa sequência de requisitos técnicos, esta semana será realizado o ground check dos PAPIs nas cabeceiras do Aeroporto Lauro Kortz. Essa é uma das exigências para que o Aeroporto de Passo Fundo receba a homologação e, consequentemente, seja suspensa sua interdição para retornar às operações. O Departamento Aeroportuário do Estado do Rio Grande do Sul, DAP, responsável pelo aeroporto, foi informado pelo Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), sobre a realização do ground check. “Está andando e tudo de acordo com as exigências, permitindo Declaração de Conformidade Inicial, a DCI”, explicou o diretor do DAP, Engenheiro Leandro Taborda. “Este ground check é a etapa que antecede os testes em voo e, assim, está tudo andando para em breve serem retomadas as atividades”. Após o pessoal do Cindacta II preparar os PAPIs (um conjunto de luzes em cada cabeceira) os equipamentos estarão em condições para a aferição em voo. O Cindacta integra o Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DCEA. Os testes em voo serão feitos pelo GEIV - Grupo Especial de Inspeção de Voo, após o Cindacta inspecionar e liberar os equipamentos para aferição.

 Um ano de espera

Depois de intermináveis anúncios de verbas, a ansiedade por “obras no aeroporto” terminou no final de 2020, com o início dos serviços. A pista foi fechada para obras em11 de janeiro deste ano. Havia previsão de reabertura para maio. Porém, além de um atraso na chegada dos PAPIs, exigências e trâmites técnicos mantêm o aeroporto fora de operações. A pista recebeu reforço na base das cabeceiras, recapeamento e outras melhorias. Porém, para frustração dos pilotos, o projeto não previa a ampliação da largura para 45 metros como era esperado. Isso significa que, com o predominante vento de través, persistirão os cancelamentos de voos.

Até 31 de janeiro

A pista ficou pronta no tempo previsto, mas a sequência de ajustes e trâmites junto aos órgãos federais mantém o Lauro Kortz fora de operações. Já foram emitidas sete notificações ampliando o fechamento do aeroporto. O último prorroga até 31 de janeiro de 2022. Se homologado, será reaberto antes disso. Enquanto isso prossegue em obras um novo TPS - terminal de passageiros, amplo e confortável e novo pátio de aeronaves. A expectativa é que a retomada das operações ocorra, inicialmente, ainda no antigo terminal. Azul e Gol, empresas que operam no Lauro Kortz, mantém suspensa a venda de passagens tendo com origem ou destino Paso Fundo.

Luzes do PAPI orientam os pilotos na aproximação final

Mas afinal, o que é o PAPI?

É o Precision Approach Path Indicator, instalado ao lado das cabeceiras. Não se trata de equipamento para navegação ou algum sistema de rádio. “É um conjunto de luzes, quatro vermelhas e quatro brancas, para na altitude de decisão indicar a rampa para pousar em segurança”, explica o Comandante Naerton Rorato. Isso significa que, respeitando o limite de visibilidade, as luzes alertam se o avião está alto ou baixo em relação ao ângulo ideal. Antes havia, apenas numa cabeceira, o sistema de luzes VASIS que tem limitações em relação ao PAPI.

Antes do PAPI

Antigamente, o Lauro Kortz também contava com o NDB, sistema de radiofarol em Ondas Longas que, em um instrumento no painel, mostrava a direção da pista, mas sofria com interferências eletromagnéticas. “Não dava certeza do local, sem precisão permitia chegar mais próximo da pista”. Depois evoluiu para o VOR, já em VHF. “Mais preciso que o NDB, mas ainda com grande restrição em relação à altitude da camada (nevoeiro)”.

RNAV

O sistema de cartas RNAV, utilizado em Passo Fundo há alguns anos, é a grande mudança no auxílio à aproximação. “É mais preciso que o VOR, opera por GPS, e tem cartas elaboradas para aeroportos em todo mundo. Permite uma trajetória para chegar o mais próximo possível da cabeceira, com teto operacional (nuvens) acima de 600 pés”, explica Rorato. É para cumprir a carta RNAV que os aviões passam pelo centro da cidade e cumprem longo percurso para, então, retornar em procedimento de descida até a pista.

ILS

Mas o sonho mesmo seria a instalação de um ILS - Instrument Landing System. “Dá um sinal do curso e do eixo da pista. É preciso também para a rampa de descida, através dos eixos vertical e horizontal, propiciando um cruzamento perfeito até o ponto de toque”, diz com entusiasmo Comandante Naerton. Existem ILS nas categorias I, II e III, numa evolução dos níveis de precisão para, proporcionalmente, superar limitações de teto operacional. “É bom lembrar que o ILS é usado apenas nos principais aeroportos brasileiros. O III permite operar praticamente sem visibilidade, apenas por instrumentos. Mas não superaria os problemas causados pelo vento”, conclui Rorato.


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