Centro irá auxiliar estudantes com transtornos de aprendizagem durante a pandemia

Articulação entre Poder Público e escolas foca na redução da desigualdade educacional

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Capacidade de atendimento aos estudantes da rede municipal deverá ser ampliada em 60% (Foto: Pixabay)Capacidade de atendimento aos estudantes da rede municipal deverá ser ampliada em 60% (Foto: Pixabay)
Capacidade de atendimento aos estudantes da rede municipal deverá ser ampliada em 60% (Foto: Pixabay)
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A rotina adaptada ao ensino remoto e a ausência de condições adequadas para a aprendizagem em casa voltaram ao foco da Secretaria Municipal de Educação de Passo Fundo mesmo com a retomada das aulas presenciais após um ano de isolamento social. Junto à estruturação das atividades escolares, o Centro Pós-Covid de combate à desigualdade educacional foi criado, no município, para auxiliar os estudantes com transtornos no aprendizado durante a pandemia.

O decreto, publicado no Diário Oficial Eletrônico na segunda-feira (27), vincula o espaço como um ambiente inclusivo para abordar as fases de desenvolvimento intelectual e social das crianças matriculadas na rede municipal de ensino e proporcionar a aquisição de estímulos motores e sensoriais a alunos com deficiência, microcefalia, paralisia cerebral e Síndrome de Down, de 0 a 6 anos, “facilitando posturas e movimentos que favoreçam a potencialização do desenvolvimento neuropsicomotor”. “Algumas crianças, por estarem muito tempo em casa, perderam a força da mastigação. Então, precisam ser acompanhadas por um fonoaudiólogo para que elas possam articular melhor a fala”, exemplificou o secretário municipal de Educação, Adriano Canabarro Teixeira.

A equipe multiprofissional que será formada com mais de 15 especialistas para receber os estudantes, no turno inverso ao período de aulas, prevê a incorporação de pedagogos, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais para “permitir que todas as crianças voltem à escola e a um ambiente de aprendizagem favorável, que também atenda a sua saúde e bem-estar psicossocial, além de outras necessidades”, tal como especifica o documento eletrônico. “Os docentes farão o encaminhamento porque nem todas as situações precisam. Como é uma iniciativa muito nova, vamos esperar os primeiros meses para saber qual será o melhor formato, mas a princípio serão trabalhados aqueles casos que não puderem ser tratados nas escolas”, explicou Teixeira.

Na prática, diz o secretário, o espaço deverá qualificar e ampliar o serviço já oferecido pelo Centro Municipal de Atendimento ao Educando (CEMAE) ao aproximar os diferentes órgãos da Rede de Apoio à Escola (RAE) e potencializar o atendimento oferecido aos estudantes da Educação Especial nas salas de recursos, em especial os da Educação Infantil. “Os estudantes que serão atendidos no Centro são oriundos exclusivamente de 72 escolas municipais da rede de ensino de Passo Fundo, localizadas em diferentes bairros da cidade, os quais atendem um número significativo de moradores em situação de vulnerabilidade, sendo 35 escolas de ensino fundamental e 37 de educação infantil, as quais totalizam aproximadamente 17 mil estudantes”, especificou.


Desigualdade

Neste ano, o CEMAE registrou 174 encaminhamentos para avaliação ao setor de psicologia das 35 escolas de ensino fundamental da rede e 20 encaminhamentos das escolas municipais de educação infantil, realizando 90 avaliações, conforme o monitoramento da Secretaria Municipal de Educação. Com a criação do Centro Pós-Covid de Combate à Desigualdade Educacional, essa capacidade de atendimento deverá ser ampliada em 60%. “As questões tratadas pelo Centro Pós-Covid fazem parte de um plano amplo de combate à desigualdade educacional cujos contornos já eram suficientemente claros antes da pandemia e que o contexto de isolamento acabou por ampliar”, ressaltou o secretário.

O espaço, cuja atuação também buscará reduzir a taxa de evasão escolar e desenvolver o potencial dos alunos identificados com altas habilidades ou superdotação por meio da oferta de áreas específicas de atividades, deverá funcionar na rua Antônio Araújo, próximo ao Hospital Beneficente Dr. César Santos, incluído em “um sistema de ensino inclusivo para todos e uma cidade educadora”, conforme destacou Teixeira.

O funcionamento do centro, especifica o decreto, funcionará durante os próximos dois anos através da ativação de parcerias e celebração de convênios com órgãos oficiais e segmentos da sociedade civil organizada. 


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