Em um ano fortemente marcado pela pandemia de Covid-19, gestores municipais enfrentaram o desafio de encontrar soluções tanto para a crise sanitária vivida em todo o país, quanto para os prejuízos econômicos deixados pelo vírus. Encerrando seu primeiro ano de mandato, o prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, revela em entrevista ao jornal O Nacional como sua gestão buscou equilibrar medidas de enfrentamento à pandemia ao lado de ações para a recuperação econômica do município. O chefe do Executivo analisa também o futuro do aeroporto de Passo Fundo, as políticas habitacionais do município e compartilha as perspectivas para 2022.
ON- O ano de 2021 foi marcado, especialmente, por medidas de combate à pandemia e ações para a recuperação dos empregos e da economia do município. Esses foram os dois focos centrais do primeiro ano do seu mandato?
Prefeito Pedro: Desde o início do nosso governo nós tínhamos essa premissa: o equilíbrio entre saúde e economia. Saúde com o enfrentamento a pandemia, a vacinação que foi destaque no Estado com o prêmio Te Vacina; e a retomada da economia com o programa Acelera Passo Fundo, o Café com Emprego, o Mutirão para Liberação de Obras (mais de 2800 obras liberadas), o programa Juro Zero, entre outras ações.
ON - Passo Fundo manteve-se em oitava posição no ranking do PIB gaúcho pelo terceiro ano consecutivo, conforme levantamento referente ao ano de 2019. Como o senhor avalia esse dado? O que deve ser feito para que o município recupere a sexta posição, espaço que ocupava até o ano de 2016?
Prefeito Pedro: As variações foram pequenas, mesmo com a maior crise que já vivenciamos no Brasil. Nós estamos praticamente empatados com Novo Hamburgo (7) e Santa Cruz do Sul (6), e passamos Pelotas e Triunfo. Acredito muito no potencial econômico de Passo Fundo, que a partir do ano que vem será ainda maior. A desburocratização, por exemplo, é um ativo nesta área. 65% dos processos da Prefeitura são totalmente digitais. Liberamos 2800 obras da construção civil e a balança de empregos é positiva. Nós também vamos trabalhar em um edital de áreas para novos empreendimentos, em 2022, e seguiremos criando condições de mais investimentos em nossa cidade.
ON- O senhor assinou, recentemente, o aditivo contratual com a Corsan. Além da universalização do saneamento no município, ele prevê, entre outras coisas, a regularização de 250 moradias na Ocupação IV do bairro Zachia. Um avanço importante na política habitacional de Passo Fundo, mas que precisa ser estendido para outras regiões da cidade em razão da demanda. Para 2022 há previsão de novas regularizações?
Prefeito Pedro: Neste ano de 2021, entregamos 300 títulos de regularização no bairro Jaboticabal, por meio do programa de Regularização Fundiária Urbana de Interesse Social (REURB-S). O REURB-S é um conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais desenvolvidas com o objetivo de regularizar definitivamente imóveis que possuem alguma inconformidade. O mesmo programa vai ser aplicado no Loteamento Manoel Corralo, no bairro São José e queremos ampliar também para a região da Vila Isabel. Além disso, através deste aditivo com a Corsan, vamos conseguir urbanizar e garantir a regularização para mais de 250 famílias que residem na área da Ocupação IV do bairro Zachia. Estamos tendo muitos avanços nessa área, que tem recebido um olhar atento do nosso governo.
ON – Há uma grande expectativa regional para a liberação da pista do aeroporto Lauro Kortz e a retomada dos voos. Mesmo sendo atribuição do Estado, o senhor vem acompanhando de perto o processo. Com base nisso, é possível afirmar que as questões técnicas que ainda restam serão sanadas no início de 2022?
Prefeito Pedro: Sobre o aeroporto, nós criamos um Grupo de Trabalho para o Acompanhamento das Obras. Também estive várias vezes em Brasília cobrando agilidade e ações do Ministério da Infraestrutura. Fomos até a ANAC, ao DAP, CINDACTA; nos colocamos várias vezes a disposição do Estado e da União. Ainda, articulamos os novos vos com a Gol e a Azul e temos uma boa notícia: o Ground Check já foi realizado pela Aeronáutica, através de técnicos do CINDACTA II. Nos falta a última etapa para liberação da pista e a retomada das operações aeroportuárias, que é o voo que é realizado por uma aeronave do Rio de Janeiro – o chamado Fly Check. Olhando pelo lado positivo dos três aeroportos em obras no Estado, somos o que está mais avançado. É claro que seguiremos cobrando até a retomada dos voos, o que deve acontecer no início do ano conforme nos informam o Governo Federal e o Estado.
ON – Projetando 2022, o que o senhor pode adiantar em termos de investimentos para o primeiro trimestre do ano? Qual a estratégia do governo e áreas que terão atenção especial?
Prefeito Pedro: Nós seguiremos em ritmo intenso de trabalho no começo do ano. No primeiro trimestre, por exemplo, estão previstas várias entregas e anúncios de obras, como a Nova Emergência e o Hospital da Criança, por exemplo, que estão recebendo investimentos de R$ 16 milhões. A Escola das Profissões, a obra do Fredolino Chimango, sete novos pontos do programa Viva a Praça, o Ponto de Qualidade, mais escolas, mais unidades de saúde, a obra da Rui Barbosa, a revitalização da ciclovia do Boqueirão, mais de 3000 lâmpadas de LED em vários bairros de Passo Fundo: tudo isso são ações que serão postas em prática no primeiro trimestre. É importante dizer ainda que continuaremos dando uma atenção especial aos bairros, melhorando e qualificando o atendimento prestado à população em todos os serviços da Prefeitura.