Passo Fundo produziu mais de 50 mil toneladas de resíduos sólidos em 2021, com 6% do material reciclado

Feriados prolongados não provocaram acúmulos nos contêineres e lixeiras espalhados pela cidade

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Equipe da limpeza foi ampliada. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)Equipe da limpeza foi ampliada. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
Equipe da limpeza foi ampliada. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
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Ao longo de 2021, conforme informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a população de Passo Fundo produziu mais de 50 mil toneladas de resíduos sólidos. Na semana final do ano, os serviços de recolhimento de lixo do município não sinalizaram aumento no volume de resíduos e nem acúmulos estimulados pelos feriados prolongados. De acordo com o Diretor Administrativo e Financeiro da Codepas, Degnor Pimentel Reis, isso se deveu ao reforço na coleta realizado na área central da cidade nos dias que antecederam o Natal e o Ano Novo, que caíram em sábados, quando os serviços não são realizados. Segundo Degnor, houve uma alta no número de lixo nos contêineres no feriado de Natal, mas que se normalizou com a virada do ano. Nos bairros, esse cenário também se repetiu. O coordenador de Serviços Gerais de Passo Fundo, Eduardo Costa Matze, esclarece que a quantidade de lixo nas ruas e em lixeiras fixas da área central do município também foi regular e problemas encontrados em anos anteriores, foram resolvidos. “Temos mais pessoas trabalhando e também mais lixeiras, além de que pela pandemia, as pessoas não tem saído tanto”, disse, acrescentando que a rua independência, ponto de encontro que concentra bares, restaurantes e casas de festa, já é um problema crônico e antigo do município pelo alto número de lixo que acumula durante a noite e que “não vai ser resolvido tão rápido”.


Descarte e reciclagem

Mas a boa gestão dos materiais gerados é uma preocupação da Prefeitura, que já implementou diversas medidas que atendem à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e contribuem com a preservação da natureza. De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Gabriela Engers, as ações desenvolvidas no município têm dois focos principais: facilitar o descarte adequado e estimular a reciclagem. Conforme estimativa feita pela pasta, o município atingiu um importante percentual de reciclagem: 6% dos resíduos sólidos produzidos pela população são reciclados. O índice é superior ao do país, que, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), é de 2,1%. “É um dado que mostra que estamos no caminho certo”, enfatiza Gabriela. Saiba algumas das ações do município:


Logística reversa

Por meio da logística reversa, um dos principais instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Prefeitura de Passo Fundo consegue dar a destinação correta de resíduos como pneus, lâmpadas fluorescentes e pilhas sem custos para o Executivo nem aos consumidores.


Contrato com cooperativas de reciclagem

Desde 2017, o Município possui contrato com quatro cooperativas de reciclagem: Recibela, Coama, Arevi e Cootraempo. “Os contratos possibilitam fonte de renda digna e condições salubres de trabalho. Além de incentivar o trabalho dos cooperados, a ação busca ampliar a reciclagem e o reaproveitamento de materiais que seriam aterrados”, considera a secretária. A cooperativa que recebe os resíduos coletados pelos caminhões nas residências é a Recibela, localizada no interior do município. Mais de 150 toneladas de resíduos sólidos são enviadas para lá diariamente e manejadas com a seleção dos recicláveis. As demais cooperativas atuam no recolhimento de materiais dentro da cidade. Juntas, elas somam 95 trabalhadores.

 

Coleta seletiva

Passo Fundo possui coleta seletiva na região central, realizada pela empresa CODEPAS. O sistema é organizado a partir dos contêineres azul, de resíduos recicláveis, e laranja, de resíduos orgânicos, instalados nos canteiros das ruas e avenidas. Há, ainda, a coleta seletiva em bairros, efetuada pelas cooperativas de reciclagem em dias alternados da coleta convencional e nos pontos de coleta cadastrados para que as cooperativas passem a coletar o material separadamente.

 

Ecopontos

A coleta seletiva também é realizada por meio dos ecopontos localizados em diferentes pontos da cidade. Nesses locais, é possível destinar papéis, plásticos, vidros, metais e óleos de cozinha, sendo que todo o material recolhido é destinado às cooperativas de recicladores que possuem contrato com o município. No início do ano, Passo Fundo passou a contar mais um ponto de descarte de resíduos, que é voltado para os materiais volumosos: o Ecoponto Municipal. O local, situado no bairro Annes, junto à fábrica de tubos da prefeitura, recebe materiais recicláveis, além de resíduos de construção civil, eletrodomésticos, eletrônicos, resíduos de jardinagem, óleo de cozinha e móveis/madeiras. A implementação do Ecoponto Municipal visa, principalmente, evitar os descartes irregulares em terrenos e vias públicas do município. Mais de 80 toneladas foram depositadas no espaço ao longo do ano. A secretária destaca que os ecopontos promovem o desenvolvimento sustentável da cidade. “É uma forma de disponibilizarmos locais adequados para descarte de resíduos que não podem ser colocados nas lixeiras comuns. Os resíduos que não podem ser reaproveitados são encaminhados para o descarte adequado, minimizando os impactos ambientais. Todo o material reciclável é coletado pelas cooperativas de recicladores que, posteriormente, fazem a venda”, pontua. Ainda, a Prefeitura disponibiliza um ecoponto específico para o recolhimento de pneus. No pavilhão, que fica próximo à pedreira municipal, as unidades são depositadas pelos próprios fabricantes, não gerando gastos aos cofres públicos.

 

Descartes Irregulares

De acordo com o diretor administrativo e financeiro da Codepas, Degnor Pimentel Reis e o coordenador de Serviços Gerais de Passo Fundo, Eduardo Costa Matze, o descarte irregular materiais como sofás, roupeiros, materiais de construção, tábuas de madeira e galhos de árvores é recorrente. “As pessoas colocam até sofás inteiros [nos contêineres e lixeiras] e acaba enchendo muito rápido, prejudicando e provocando acúmulo", pontua Eduardo, explicando que em determinados pontos da avenida, que inicialmente tinham dois contêineres, agora possuem seis e mesmo assim não suprem a necessidade, pelo lixo irregular colocado que provoca um grande volume.

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