Falta de chuvas e onda de calor prejudicam abastecimento de água em Passo Fundo

Verão traz redução nos níveis das barragens, aquecimento de equipamentos e proliferação de algas; Corsan vem trabalhando para minimizar os efeitos da estiagem

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Níveis de água das barragens baixam rapidamente devido ao calor e à falta de chuvas. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)Níveis de água das barragens baixam rapidamente devido ao calor e à falta de chuvas. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
Níveis de água das barragens baixam rapidamente devido ao calor e à falta de chuvas. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
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O verão 2021/2022, com suas altas temperaturas e precipitações abaixo do esperado, além de trazer o aumento do consumo de água e a redução dos volumes de acúmulo de água nos reservatórios, também provoca o superaquecimento de equipamentos eletromecânicos, que permitem que a água chegue às casas, e a proliferação de algas nas barragens. De acordo com o superintendente regional da Corsan, Aldomir Santi, a companhia vem realizando obras e investimentos para tentar reduzir vazamentos e consertar problemas espalhados pela cidade, mas que pela alta demanda, não é sempre possível resolver todos.

 

Consumo de Água em Passo Fundo

Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro o consumo de água, geralmente, tem um aumento de 10%, mas de acordo com Santi, em virtude da pandemia e das ondas de calor que o Rio Grande do Sul vem enfrentando nas últimas semanas, foi sinalizado um aumento de 15% no consumo da população passo-fundense. Essa elevação reflete no valor final pago na conta de água, entretanto, diferente da conta de luz que tem grandes alterações e aumentos, a água ainda se mantém estável. “O consumidor paga por metro cúbico de água consumido. Então se ele está consumindo 10% a mais, se ele antes gastava, por exemplo, 10m³, ele vai gastar 11m³ e vai ter cerca de R$ 6,00 a mais por mês”, explica o superintendente, acrescentando que uma família de três pessoas pode pagar cerca de R$ 90,00 a R$ 120,00 de água, mas que o valor de luz pago gira em torno de 3x mais. Mesmo que o valor não se altere de maneira elevada, Aldomir ressalta a importância da comunidade economizar e usar de forma consciente.

 

Reservatórios de Água

Os reservatórios de água que abastecem o município estão abaixando seus níveis de forma rápida, o que alerta para a falta de chuvas, o calor e o consumo de água acima da média. Até a tarde de ontem (18), a Barragem da Fazenda da Brigada Militar estava 1,30m abaixo do nível máximo e a Barragem do Arroio Miranda 80cm abaixo, o que preocupa, visto que em uma semana o reservatório baixou 25cm. Buscando alternativas e maneiras de estabilizar o nível do Arroio Miranda, a Corsan irá realizar a transposição do Lago da Pedreira da Brigada para a barragem nos próximos dias e somente aguarda a autorização da Brigada Militar para iniciar os trabalhos. “Já estamos com os equipamentos prontos e assim que tivermos a autorização em mãos nós iremos colocar em operação, porque a previsão é que continue assim, sem chuvas significativas, nos próximos dias”, pontua Aldomir Santi.

 

Reforço

De acordo com o superintendente, a transposição do Lago da Pedreira para a Barragem do Arroio Miranda será mais simples do que a operação que já vem sendo realizada de transposição do Rio Jacuí para a Barragem da Fazenda da Brigada Militar. O trabalho consiste na retirada da água do lago e a colocação no Arroio Miranda, já que o rio que abastece a barragem passa ao lado. “Iremos pegar uma bomba e bombear do lago para o Arroio Miranda e assim a água vai seguir por gravidade até a barragem”, explicou Santi.


Os problemas além dos reservatórios

O calor, porém, traz preocupações além da baixa nos níveis de água nas barragens. Na semana passada, no bairro Coronel Maço, os moradores ficaram um breve tempo sem abastecimento de água devido a problemas na bomba, na dosagem de cloro e pelo superaquecimento de equipamentos eletromecânicos. Aldomir Santi explica que existe um dispositivo que, ao chegar em determinada temperatura, se desliga para proteger os equipamentos. Nesse sentido, para amenizar os efeitos das altas temperaturas e evitar futuros desligamentos, a Corsan vem buscando aumentar a ventilação instalando ventiladores e exaustores dentro dos locais onde estão equipamentos como o grupo motor-bomba, o inversor de frequência e o quadro de comando, que fazem o bombeamento da água para as casas. “Temos que colocar equipamentos para retirar o calor e fazer com que esses motores funcionem 24 horas por dia”, disse, acrescentando que, além disso, o calor também favorece a proliferação de algas, principalmente na Barragem do Arroio Miranda, o que acaba gerando gosto, cor e cheiros na água e implicando a adição de produtos químicos para poder minimizar os efeitos. “Então tudo isso acaba gerando mais transtornos”, finaliza Santi.

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